Às vezes me impressiono com o fato de que mesmo lidando com excelentes bandas brasileiras todos os dias (vale pras gringas também, mas fiquemos em nosso próprio quintal) e mesmo todas elas sendo tão diferentes entre si, às vezes fica a sensação de que muitas continuam viajando na mesma ponte aérea de referências. Isso fica mais evidente ao encontrarmos um nome como o paulista Lucas Bernoldi.
O brega brasileiro parece ser o que fica mais evidente em faixas como Kingston, que acaba de ganhar clipe, mas a sensação que fica ao ouvir Sombras Coloridas, álbum de estreia lançado em maio, é que na verdade, seu som é um resultado natural do melhor da música Pop nacional (com toques muito específico de Reggae, Funk e Música Latina) ao longo de diferentes décadas, incluindo coisas muito pouco óbvias.
É até difícil ouvir Bernoldi e falar em referências ou influências, já que os traços de boa música encontrados ali, estão tão fincados em nosso repertório, que é desnecessário pincelar meia dúzia de nomes e achar que são o suficiente para descrevê-lo.
Seu material mostra um jovem músico versátil, mas coerente, seguro de sua proposta e cujo som consegue ultrapassar finas barreiras de estilo. Traduzindo, preenche tão bem sua playlist com Cícero e Los Hermanos, quanto a com Criolo e Curumin(que participa do álbum) e de quebra, ainda agrada a família na festa do final de semana.
