Fazendo uma comparação rápida e que não deve ser usada para explicar este som, mas que pode te incentivar a dar o play, é que a sensação que tive ao ouvir Arapiraca, Maceió, 2013, primeiro disco solo de Bruno Berle, pela primeira vez, foi semelhante a de ouvir Cavalo, de Rodrigo Amarante.
Um efeito de conforto por estar ouvindo um som super bonito e bem feito, mas que tem um clima diferente e difícil de explicar. Pelo jeito suave e arrastado de cantar e também pelas escolhas de produção – trabalho de Filipe Barros Mariz -, parece que o disco nos transporta para um lugar diferente, mais tranquilo, bonito e romântico.
O alagoano de 21 anos é também integrante da banda Troco Em Bala e agora parece ter encontrado em seu projeto como cantor e compositor uma maneira de botar pra fora muita inspiração acumulada em anos dentro da música. Arapiraca, Maceió, 2013 não tem cara de primeiro disco de um artista jovem, que parece reunir um milhão de influências e conter tudo o que compôs desde sua adolescência. Mesmo se este for o caso, Bruno Berle conseguiu passar uma consistência interessante e que é a grande responsável pela beleza encontrada no disco.
Anti-amor e Bela 2 foram bem escolhidas como singles e são as melhores opções para o primeiro contato com seu som. Em menos de 24 minutos de música, parece que conseguimos imaginar o momento de Bruno compondo e gravando tudo aquilo e se eu pudesse deixar um incentivo para que ouça o disco, é que sem qualquer pretensão, é a garantia de que estes pouco mais de 20 minutos ajudam seu dia a terminar melhor do que começou.
