Nova-iorquino por vivência, Fredo Viola tem uma forma muito interessante de expressar seu talento. Utilizando sua voz como principal instrumento, ele cria arranjos através de sobreposições de tons e melodias, encaixando nesta mistura instrumentos inusitados que encontra pela frente. Observando seu trabalho, é difícil separar o artista-músico do artista-visual, já que uma arte depende da outra para estar completa.
A simplicidade de sua música é proposital e declarada: ele quer manter as coisas assim. Então se por um lado ele parece extremamente contemporâneo pela forma como edita suas músicas em vídeo, por outro é totalmente dedicado a descobrir a abrangência e possibilidades que sua voz pode criar, criando músicas que nem sempre tem um apelo a um público maior.
O encanto, porém, não se perde ao vermos o artista em um mesmo ambiente que uma banda. A interação de seus experimentos com outros instrumentos em tempo real rouba a atenção do que antes era curiosidade por algo inusitado e passamos a observá-lo “apenas” como músico, o que dá uma dimensão maior de sua forma de enxergar a música. Um artista a ser observado com (e em momentos de) calma e contemplação.
