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Frevotron
Não quero cair em um nenhum discurso pré-fabricado ou num lugar comum quando se discute “o que é a música genuinamente brasileira”, mas, ao ouvir a produção feita pelo trio recifense Frevotron, é impossível não me pegar pensando nisso, em como algo pode ser tão brasileiro (em timbres, ritmos e instrumentos), mas, ao mesmo tempo, ser outras coisas completamente diferentes.
Se o nome da banda ou essa descrição te fez pensar um pouco sobre como é de fato a música da tríade, uma breve ouvida na faixa de abertura de seu disco de estreia. Chamada de Invocação #2, ela é uma espécie de síntese de como se dá a mistura entre Frevo (ou outros elementos musicais típicos do país), Jazz e Música Eletrônica (como Dub, neste caso) feita pelo trio.
Frevotron – Invocação #2
E melhor do que eu tentar explicar o que é ou de onde surgiu esta mistura, deixo o próprio grupo falar sobre isso: “Frevotron é um mix da bagagem individual de cada um dos músicos, fundamental para o resultado atingido. Maestro Spok ( SpokFrevo Orquestra) já se dedica a estudar e reinventar o gênero, fundindo-o com jazz e expandindo-o para o exterior. DJ Dolores atua a partir da música Eletrônica, mas inspirado por tantos outros estilos cria novos híbridos que circulam pelas pistas de dança no mundo, além de ter seu trabalho registrado também em trilhas para cinema (como Narradores de Javé, O Som ao Redor e Tatuagem). Yuri Queiroga, multi-instrumentista e produtor renomado, atua como músico e tem na bagagem um Grammy Latino pela produção de álbum com Elba Ramalho”.
E me parece que vem daí, desse currículo dos artistas tão inventivos, esse impressão de um resultado que é tão brasileiro, mas ao mesmo tempo tão mundial. A proposta de dialogar a nossa cultura com outras existentes ao redor do mundo é culturalmente enriquecedora, não só pelo nós (brasileiros) termos acesso a variedades musicais diferentes, como para os gringos saberem um pouco mais do que é a música brasileira moderna sem ter de recorrer aos esteriotípos.
O primeiro disco do grupo, Frevotron, foi lançado no último trimestre de 2015 e chamou a atenção de bastante gente, não só pelas participações de nomes como Otto, Jorge Dü Peixe, Lira, MC Sombra, Marion Lemonnier e Jam da Silva, mas também por toda essa proposta de miscigenação musical.
