Ouça: Felipe Antunes

Músico apresenta escolhas distantes da obviedade em primeiro álbum solo

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“Disco de poeta” foi a maneira que Mauricio Pereira escolheu para descrever Lâmina, o primeiro disco solo de Felipe Antunes, conhecido pelo trabalho com a banda Vitrola Sintética. Seu trabalho revela, contudo, que o título “poeta” vai para além da obra – reside em sua alma.

Os nomes que o acompanham nessa empreitada revelam um pouco do conteúdo sublime, no sentido artístico do termo, que ele apresenta no disco: Helio Flanders, Juliana Perdigão e Ná Ozetti são alguns deles. Com ou sem convidados, sua voz soa ao pé do ouvido de maneira confessional ao lado de timbres que aparecem e se vão com delicadeza e grande sensibilidade, tais quais seus versos.

É legal notar o cuidado da produção para deixar esse aspecto emotivo sempre em primeiro plano até nos menores detalhes, enquanto Felipe trabalha métricas interessantes e escolhas bastante distantes do óbvio que a descrição “cantor e compositor canta letras bonitas com timbres predominantemente-mas-não-somente acústicos” ou “artista meio roqueiro, meio brasileiro contemporâneo que canta um tanto baixinho”.

Com um show de lançamento caprichado em São Paulo na semana que vem (SESC Pompeia, dia 27, entrada gratuita), é uma boa hora para começar a ouvir Felipe Antunes e encantar-se com seu trabalho.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.