Histórias de jovens que começam a produzir música em seus quartos, as colocam na Internet e quase que imediatamente ganham reconhecimento pelo seu trabalho são muito comuns hoje em dia, ainda mais se tratando de uma geração que cresceu junto à Web. Até aí não há nenhuma novidade, pois muitos produtores já consolidados começaram dessa maneira, mas a história de Marcel Everett, de apenas 17anos, é um pouquinho diferente desses incontáveis exemplos que surgiram da mesma forma.
Sob o nome de XXYYXX, Marcel deu um nó na cabeça de muitos jornalistas que tentaram encaixa-lo em gêneros ou fazer comparações com outros artistas que possam ter um som semelhante. Chillwave, Witchstep, Drugtune, Miami Blow e mais tantos outros estilos já foram usados para tentar descrever o som desse garoto, porém muitas delas não captam a essência de sua sonoridade e generalizam algo que é muito plural e, de certa forma, único.
Quanto às comparações, as mais constantes são com o produtor de Post-Dubstep James Blake. O que não faz muito sentido, pois Blake tem o componente vocal e lírico em sua música e muito pouco de R&B. Outra comparação muito frequente é com DJ Shadow, que apesar de ter essa forte ligação com o Hip Hop e R&B, tem um som com mais elementos, o que foge da proposta quase minimalista de Marcel.
A sonoridade do XXYYXX pode ser descrita como amálgama de tendências contemporâneas da música eletrônica, não se encaixando em nenhum estilo especifico, mas cabendo em diversos nichos ao mesmo tempo. Com um som cheio de recortes e samples, Marcel cria um música atmosférica e cheia de pequenos detalhes, quase como um R&B em câmera lenta que parece avançar vagarosamente.
Com seu primeiro disco lançado no começo deste ano, pelo selo Abstract Records, o músico foi convidado a fazer uma série de apresentações pelos Estados Unidos, mostrando sua música a um novo público.
