Ouça: Peter Oren

Do interior dos EUA, músico surpreende com seu Folk encorpado

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Ouvir Peter Oren é um exercício de ajustes. Você primeiro se adequa a um caráter “atemporal”, quase “anacrônico”, que sua música tem (ela é, ao mesmo tempo, tão referencial de algo recente quanto um som que poderia ter sido feito há muitas décadas), depois você começa a enquadrar um pouco do que ele faz com o repertório que você já conhece no meio Folk e, por fim, ajusta a aparência de gatinho do rolê que ele tem com o vozerão grave e interpretação firme que apresenta em sua jovem, porém já marcante, discografia.

Quando digo “discografia jovem”, me refiro ao quão recentes seus lançamentos são – o álbum Living by the Light, sua estreia, data de 2016 e o mais recente, Anthropocene, saiu não tem nem um mês (em 10 de novembro), sendo esse seu primeiro disco por um grande selo (Western Vynil).

Com dez faixas que atravessam pouco mais de meia hora, o novo álbum traz uma audição fácil (depois de você ter feito aqueles tais ajustes) com uma musicalidade um pouco mais decidida, mais direta, que no disco de estreia, um som meio Neil Young, meio Nick Drake, com um alto grau interiorano e um certo requinte na produção.

E só para situar Oren na produção de hoje, saiba que o norte-americano acabou de voltar para casa de uma turnê pela Europa ao lado do ótimo Angelo De Augustine, embora seu som, como você pode notar por essas músicas, é menos Lo-fi e um tanto menos intimista que o de seu colega de viagem.

Mesmo com alguns pequenos estranhamentos no primeiro contato, ouvir Oren traz sempre a confirmação de seu talento e da alta qualidade de suas músicas, em um aspecto imersivo e bastante deslumbrante. Mergulhe sem medo.

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ARTISTA: Peter Oren
MARCADORES: Ouça

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.