Ouça: Little Green Cars

Quinteto irlandês traz ao Country uma nova cara, saindo dos clichês e exageros que dominam o saturado gênero

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Sempre que ouço a palavra “Country” em alguma conversa sobre música, logo me vem à cabeça os clichês e exageros do estilo, assim como sua profunda raiz na cultura norte-americana. A Little Green Cars é uma banda de Country, mas não segue em nada esse estereótipo do gênero. Nascido em Dublin, o grupo tem uma sonoridade que mantém o lado caipira, mas traz também uma grande contemporaneidade e faz isso sem apelar para os vocais forçados ou em tentar ser extremamente Pop, como faz Taylor Swift, que nos últimos anos vem se destacando com a nova cara do estilo.

O quinteto irlandês tem sonoridade que se aproxima bastante do Folk e brinca também com a música tradicional de seu país, tudo isso trazendo ainda uma grande sensibilidade Pop para essa mistura. O, até então, grande single, The John Wayne, mostra muito bem isso: as boas construções melódicas, a forte percussão e as belas harmonias vocais que se encontram em uma música com tendências roqueiras, em algo que se aproxima um pouco do clima do último disco do Band of Hores.

Suas influências, que vão de R.E.M. a Woody Guthrie, se mostram nesse som caipira contemporâneo que a banda faz. E através de outras músicas que a banda está liberando para a divulgação de seu primeiro disco, podemos perceber varias outras diluídas e recriadas nas composições do quinteto.

O grupo existe há mais de cinco anos, começando quando os integrantes tinham somente 15. Durante todo esse tempo, ele foi amadurecendo seu som e cada vez mais aparando as arestas. E essa maturidade, mesmo que a maioria dos integrantes não ultrapasse os 20 anos de idade, rendeu à banda um contrato com a Glassnote Records, mesma que cuida de grupos como Mumford & Sons, Phoenix, Daugther, Two Door Cinema Club e muitos outros nomes que são referência no cenário atual.

Outro ponto importante dessa maturidade precoce foi ter chamado a atenção de um importante produtor que se ofereceu para trabalhar no primeiro disco da banda: Markus Dravs, que já trabalhou com seus companheiros de selo Mumford & Sons e outros importantes nomes, como Arcade Fire e Coldplay, dará sua mãozinha no álbum Absolute Zero, ainda sem data de lançamento marcada, mas que, segundo a banda, deve sair no começo do ano que vem.

Com um disco promissor embaixo do braço, o quinteto se apresentou no festival americano CMJ, que traz muitas das revelações e apostas pra o ano seguinte. No set de pouco mais de 30 minutos já podemos ver um pouco do repertorio desse álbum de estreia e esperar enquanto ele não chega às prateleiras.

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Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts