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Trio finlandês se aventura pela música Avant-Garde ao juntar Jazz e Post-Rock – o mais espantoso é que ainda assim soa muito amigável ao ouvinte

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A palavra da década é misturar. Amalgamar estilos, teoricamente diferentes, em uma nova musicalidade e experimentar com eles, os levando para pontos extremos dentro da proposta original de cada gênero. É claro que esse não é um fenômeno nada novo, mas parece que a partir dos anos 2000 isso se intensificou bastante e chegando a nova década essas misturas parecem atingir resultados ainda mais interessantes. O trio finlandês Virtasurgiu com esse intuito e faz suas criações baseadas no Jazz e no Post-Rock. Sem dúvida alguma uma mistura inusitada e Avant-Garde, porém ainda assim soando muito amigável, mesmo a quem não é familiarizado com estes estilos.

Com quase dois anos de atividade, o trio, formado por Antti Hevosmaa, Heikki Selamo e Erik Heikkinen, já tem em sua bagagem um EP (Tales from the Deep Waters, lançado em novembro do ano passado) e mais alguns singles (com direito a alguns remixes de algumas destas faixas). Sendo amplamente comparado a bandas como Mogwai, Tortoise, Miles Davis, King Crimson e Sigur Rós, a tríade tem ganhado cada vez mais destaque em seu país, bem como fora dele.

Suas faixas resultam de um passeio entre os dois estilos, trazendo muito das texturas e estruturas do Jazz (o que eles chamam de Scandinavian Jazz) e muito da sensibilidade e robustez do Post-Rock. O resultado desse encontro abrange desde as guitarras pesadas e às vezes furiosas, geralmente acompanhados pela bateria nesses momentos de explosão, com a abrasividade do trompete e fliscorne (instrumento similar ao trompete muito usado no Jazz, geralmente chamado de flugelhorn). Além disso, a voz também participa nestas experimentações, mas não pelos meios usuais. Ela entra como mais instrumento e sem pronunciar uma palavra sequer Antti consegue se comunicar com o ouvinte.

Ainda que com pouco material disponível, o trio mostra grande qualidade em suas composições e experimentações. Sem dúvida alguma, detêm um grande potencial de se tornar mais um dos grandes símbolos da música escandinava – e você achando que de lá só saía Metal e Synthpop, não é?

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ARTISTA: Virta
MARCADORES: Ouça

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts