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Ao longo dos anos, fomos nos habituando tanto com as faixas de Paul Banks e companhia que quase formamos em nossas cabeças um molde das músicas de Interpol, como se elas já tivessem um esqueleto pré-definido e a função dos músicos fosse completar cada uma delas com algo novo, seja um riff diferente, uma melodia mais ousada ou alguma outra forma de supreeender o ouvinte.
All The Rage Back Home é a primeira amostra gravada em um estúdio de como ficará o quinto álbum do grupo e ela é sim mais uma “Interpol” – tudo soa como se espera de uma faixa do, agora, trio nova-iorquino.
Ser um trio muda um pouco a configuração da banda e, logo, sua sonoridade. Com o baixista Carlos Dengler fora da banda, Banks assume seu posto e não faz feio. Seus riffs ao instrumento preenchem bem as linhas de guitarra de Daniel Kessler e a pulsante e precisa bateria de Sam Fogarino.
Em certos momentos, o baixo é o propulsor da faixa, principalmente enquanto a bateria fica em um loop e a guitarra mantem o frenético agudo criando um caos controlado em torno de si. Kessler tem destaque também em criar uma segunda melodia e condensá-la com o baixo de Banks.
A condução e o modo como a faixa evolui são também seus destaques. Começando somente com a guia da guitarra e o vocal de Banks, a faixa vai ganhando corpo e logo explode e parece acelerar e ir ganhando volume até chegar ao fim. Paul segue tudo isso e apresenta suas usuais letras e forma de cantar, completando a ótima canção.
Pouco mais de quatro minutos formam a música que em muitos momentos podem lembrar faixas de Turn On the Bright Lights ou Antics – talvez pela sua urgência ou “simplicidade”. Sua missão, a de instigar a curiosidade dos fãs, foi cumprida e creio que muita gente está realmente ansiosa para ver o que mais o trio prepara para El Pintor, disco que estreia em 9 de setembro.
