Arcade Fire – Reflektor

Banda mostrou um novo caminho dançante em seu primeiro single produzido por James Murphy e com participação especial de David Bowie

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O que acontece quando uma das bandas mais comentadas da última década, vencedora do principal prêmio Grammy, decide lançar um álbum, três anos após seu último trabalho e ainda por cima produzido por James Murphy, ex-líder de outra das mais cultuadas bandas recentes?

Desde o início, Murphy comentava que não havia influenciado quase nada no som do Arcade Fire, que eles eram impressionantemente criativos por si só e ele só estava lá para dar uma ajuda. Ao ouvir o primeiro aguardado single Reflektor, chegamos a nos surpreender muito ouvindo uma banda dançante, com influências da Disco e cheia da percussão que caracterizou o LCD Soundsystem.

Era natural que houvesse ao menos uma leve mudança na sonoridade da banda, já que Murphy é um produtor bastante específico, portanto para a banda tê-lo convidado, tinham algum objetivo que precisava dele para ser concretizado. Porém, ao ouvir os mais de sete minutos da faixa, o que percebemos é que esse Arcade Fire dançante é apenas um acessório, um enfeite para continuar a grandiosidade e a ambição de seu som por um outro caminho. É o mesmo Arcade Fire de sempre, tão épico quanto em The Suburbs, ou Neighboorhood #1, apenas numa direção um pouco diferente, mas que não sai da proposta da banda, inclusive já vista em faixas como Sprawl II (Mountains Beyond Mountains), coincidentemente (ou não) outra que ganhou clipe interativo na época.

Mesmo assim, essa mudança da banda para um caminho mais Disco é reforçada na letra, no segundo clipe, na própria arte do disco, sempre usando de forma inteligente a metáfora do globo da discoteca, refletindo as intenções do personagem da faixa, provavelmente o próprio Win.

Ficam no ar questões como será que esse foi um caminho escolhido para o primeiro single ou conseguirá ser bem explorado no restante do álbum? David Bowie, que aparece em um trecho de Reflektor, terá uma participação maior no disco ou os caras estão realmente com moral para convidá-lo só para dar esse gostinho? A banda está sabendo trabalhar bem este lançamento e o que nos resta é aguardar mais um trabalho de uma das bandas com a discografia mais consistente recentemente, então é difícil não ficar ansioso.

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Autor:

Nerd de música e fundador do Monkeybuzz.