Rodrigo Amarante – Cavalo

Faixa que dá título ao novo registro do compositor mostra nova sonoridade proposta e um ar mais intimista

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Um disco tão antecipado quanto o primeiro álbum solo de Rodrigo Amarante certamente renderia uma curiosidade acerca da sonoridade proposta. Com algumas faixas liberadas antes do lançamento, começamos a moldar uma opinião sobre o que escutaríamos no registro. Entretanto, a surpresa maior ficou mesmo ontem, quando o disco foi oficialmente lançado e pudemos ouvir claramente o intimismo que Amarante ficou produzindo por tanto tempo.

Destacar a faixa Cavalo é justificado pelo fator metonímico, ou seja, ela representa muito bem o disco todo (tanto que dá nome ao registro). Acostumados pelas guitarras com acorde de Bossa Nova ouvidas com o antigo grupo Los Hermanos, somos surpreendidos com um piano forte e fúnebre. Após alguns segundos de lamentação pianísitca, a voz de Amarante nos sussurra as primeiras palavras, com seu timbre aspirado e de tom médio, “No olho do cavalo…”. A faixa mostra essa nova face do músico, mais sofrida e escura, o que pode espantar alguns, mas jamais servir de motivo para deixar de escutar essa composição presente em um dos melhores discos brasileiros do ano.

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Autor:

Produtor, pesquisador musical e entusiasta de um bom lounge chique