Resenhas

Inventions – Inventions

Obra percorre o meio do caminho entre projetos anteriores de seus integrantes

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Ano: 2014
Selo: Temporary Residence
# Faixas: 8
Estilos: Drone Music, Ambient Music, Eletrônico Experimental
Duração: 43:06
Nota: 2.5
Produção: Matthew R. Cooper, Robert T. Smith
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Finventions%2Fid829805085%3Fuo%3D4%26partnerId%3D2003

Inventions é a novo empreitada de Matthew Cooper, líder do projeto de Música Ambiente, Experimental e Minimalista Eluvium, em conjunção a Mark T. Smith, guitarrista vindo do Post-Rock Instrumental de Explosions in the Sky, um “quase spin-off” de medida balanceada entre ambos que estreia neste mês com seu álbum homônimo.

Bem, graças às referências dos projetos anteriores dos quais os integrantes de Inventions fazem parte, não fica difícil de imaginar o conteúdo de seu trabalho. Inventions, o álbum, aposta no Drone instrumental e atmosférico que é construído progressivamente numa linha de gradação ascendente. Um álbum no qual são somados constantemente novos elementos, música por música, até uma espécie de conclusão sintética em seu final.

Como já foi dito, Inventions é um bom equilibrio entre a sonoridade de Eluvium e Explosions In The Sky, embora mais puxado à calmaria do primeiro do que a construção minuciosa que leva à apoteose catártica do segundo. Todavia (e infelizmente), o trabalho paira no meio do caminho entre o melhor dos dois grupos. Com seu crescente homogêneo, ele muitas vezes recai no uso desmedido de drones sem temperos, e build ups discretos que soam, em sua progressão, quase imperceptíveis, e assim, justamente por sua homogeneidade, pastosos e monocórdicos.

Iniciado num clima bastante meditativo, na base rasa de sintetizador em Echo Tropism, os apelos à voz aparecem apenas como vocalizes melancólicos à la Moby (além de uma ou outra tímida aparição posterior, como em Recipient). Mais ou menos no centro do trabalho, em Entity, as ambições atmosféricas começam a ficar mais grandiosas, com recursos (como o próprio nome da faixa nos diz) que evocam algum tipo de espiritualidade, ainda que não conte com toda a força do espectro da aura de Sigur Rós, por exemplo. Já em sua etapa final, à medida que a intensidade aumenta, o álbum vai ficando cada vez mais parecido à arte de Tim Hecker e outros experimentos similares, como nos pontos altos do trabalho, na faixas Sun Locations; Sun Coda e Psychic Automation, um excelente exemplo do que a uniao entre Cooper e Smith é capaz.

O nome do grupo faz pensar justamente em sua faceta experimental, e, se por um lado pode não soar tão inventivo, Inventions traz uma cara de novas experiências materializadas em formato de álbum. Tudo é, todavia, muito bonito, embora não tenha tanta intensidade justamente na principal arma de ataque deste estilo: o envolvimento emocional gradativo do ouvinte.

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Autor:

é músico e escreve sobre arte