Resenhas

The Pains of Being Pure at Heart – Days of Abandon

Terceiro álbum do grupo se destaca por trazer tendências mais dançantes e instantâneas

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Ano: 2014
Selo: Yebo
# Faixas: 10
Estilos: Indie Pop, Dream Pop
Nota: 3.0
Produção: Andy Savours
SoundCloud: /tracks/144201135

Segundo o vocalista Kip Berman, Days of Abandon é um disco “alegre e cheio de luz, mesmo lidando com temas às vezes mais obscuros”. E, ao dar o play na nova obra de The Pains of Being Pure at Heart, essa é exatamente a sensação transmitida ao ouvinte, mesmo nas faixas em que as temáticas não exatamente correspondam a estes sentimentos.

É nesse contraste agridoce que se ergue o terceiro álbum do quarteto, mostrando ser de fato neto do cassete C86, ao apresentar essa sonoridade híbrida do Indie Pop e alguns resquícios do Noise Pop e Shoegaze, e filho de bandas como Belle and Sebastian, ao mostrar em suas letras certo amargor e boas doses de melancolia.

E “melancolia” é talvez a palavra que melhor defina o tom deste álbum. As sonoridades agrupadas durante a obra remetem inevitavelmente à nostalgia de estilos populares no imaginário de fãs dos anos 80 e 90, algo bem comum ao se examinar toda obra do grupo. E se até agora não lhe veio à mente nenhuma diferença em relação aos discos anteriores, saiba que o que Kip disse sobre ser “alegre e cheio de luz”, aparece aqui como uma “limpeza” nos ruídos e no teor mais barulhento dos antecessores deste álbum – o mesmo que aconteceu com Yuck em seu mais recente álbum.

Essas mudanças são revertidas em um som mais Pop e instantâneo. Suas melodias pegajosas e seu vibe “ensolarada” deixam a audição extremamente fácil e prazerosa, daquelas que arrancam um sorriso mesmo do rosto mais sisudo. Esse “novo” som da banda ganha forma um misto mais pulsante, vibrante e mesmo mais dançante (faixas como Kelly e Eurydice deixam claro isso). Um som que pode ser comparado ao de bandas como Craft Spells, Wild Nothing e Heavenly Beat, até por adentrar em terrenos do Dream Pop e algumas faixas algo do New Wave.

Ainda que com tantos bons atributos a obra ainda é um “Kitsch Indie”, representando bem a estética dos estilos com que brinca, mas nada profundo em sua orientação lírica – mais uma vez, nada que não tenha ocorrido nos últimos dois lançamentos do grupo. Days of Abandon é um disco divertido e em alguns momentos bem dançante, mas se você busca alguma profundidade essa talvez não seja a obra mais indicada.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts