Resenhas

Chuck Inglish – Convertibles

Estreia solo do rapper apresenta uma ótima produção, mas letras não acompanham a qualidade dos beats

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Ano: 2014
Selo: Federal Prism
# Faixas: 13
Estilos: Rap, Hip Hop
Duração: 53:32
Nota: 3.0
Produção: Chuck Inglish, Mike Einziger, The Alchemist e Chuck Bein

Convertibles pode ser o primeiro disco solo de Evan Ingersoll ou, como é mais conhecido, Chuck Inglish. Mas, muito antes do rapper se lançar em carreira solo, ele já tinha uma sólida e consistente parceria com Sir Michael Rocks no duo The Cool Kids. Emulando muito do Rap dos anos 80 e dos 90, o adjetivo que talvez melhor defina a música do grupo seja “nostálgica”, por mais que isso surgisse de maneira bem orgânica. Em seu primeiro disco à parte da dupla, Evan aumenta seu escopo e busca em outras tendências do estilo novidades para não repetir o que já fazia ao lado seu companheiro.

Chuck chama um time de produtores (Mike Einziger (Incubus), The Alchemist e Chuck Bein) para dar forma com ele a um disco multifacetado e multicolorido que, assim como suas colaborações (Chance the Rapper, Action Bronson, Ab-Soul, Mac Miller, Sir Michael Rocks e Chromeo), parte para direções variadas e algumas vezes inesperadas. Ainda assim, o disco se torna coeso e de uma audição leve e divertida.

Por esses atributos, o rapper até foi chamado de “Pharrell Williams indie”, mas a comparação não traduz o que o rapper tem a oferecer, visto que, mesmo que com faixas boas, não há nenhum hit aqui – e essa realmente não parece ser a principal ambição do disco. As produções popularescas de Pharrell exibem também boas letras, por mais superficiais que às vezes possam ser, enquanto aqui há uma carência de temas ou de pelo menos boas abordagens às temáticas exaustivamente cantadas no Rap. Ainda assim, o disco se mostra animado e pronto para ser tocado em festas do estilo.

Assim como Oxymoron e Acid Rap, Convertibles é um álbum de fácil audição e que consegue agradar um vasto número de fãs por embarcar em suas músicas diferentes estilos do Rap. Uma produção clara, precisa e muitas vezes urgente garante ao disco ainda mais frescor. Faixas como Swervin’, Ingles (Mas O Menos) e P.R.I.S.M. mostram essa versatilidade do músico, mas também mostram o peso dos vocais de seus convidados, que acabam trazendo ainda mais variedade a um álbum que explora terrenos vastas dentro do gênero. E é claro que há um pouco daquela nostalgia oitentista vista em The Cool Kids em canções como Elevators, Money Clip e Gametime.

Além do estilo principal de Chuck há também um pouco do Electro-Funk em Legs, faixa com participação de Chromeo, e um pouco do quase-R&B de Chance The Rapper em Glam. De fato este é um disco muito divertido, diversificado, com uma produção certeira e bons beats, mas que não consegue manter o mesmo padrão em relação as suas letras – assim como acontece no mais novo disco de Schoolboy Q. No fim das contas, o disco poderia oferecer um pouco mais ao ouvinte, um pouco mais que momentos divertidos.

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ARTISTA: Chuck Inglish
MARCADORES: Rap

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts