Christopher “crash” Richard pode até ser um nome desconhecido para muitos, mas certamente já ouvimos o vocal dele em algum momento, seja como uma das vozes de Edward Sharpe & The Magnetic Zeros ou como a voz de The Deadly Syndrome. Por mais que sua passagem por diversas bandas o ajude a trazer alguma atenção para si, sua música consegue muito bem falar por si mesma e seu primeiro disco, Hardly Criminal, é uma obra que vale a pena ser ouvida pelo que é.
Vindo da Louisiana, o músico parece reverter as sonoridades típicas de sua terra natal em sua própria música. Há um pouco de Blues (High Wall) e Soul (Motion Animal), e muito (muito mesmo) do Folk e Country – música essencialmente campestre e que muitas vezes remete imageticamente aquela região dos Estados Unidos. Letras sinceras e mundanas colocam ainda mais o disco nesse ambiente caipiresco, árido e às vezes desértico – ainda que muito sofisticado em alguns momentos (como em If God Was A Cajun, que pode lembrar um pouco o som de Grizzly Bear).
Os pouco mais de 40 minutos do álbum se entrelaçam mostrando canções sinceras e que seguem em um ritmo muitas vezes lento e arrastado – como as canções Almighty Equal e Mine Always, Lioness. Às vezes, é como se crash cantasse suas músicas a beira de uma fogueira e outras no lombo de um cavalo que marcha lentamente pelas belas e ermas paisagens – Mad At The Clouds e Song For The Birds.
Hardly Criminal é um disco essencialmente retrô, uma ode a esses ritmos e a Louisiana. Uma obra que se mostra interessante, por mais que não traga nenhum ingrediente novo à mistura dos estilos usados pelo músico.