Resenhas

Ray Lamontagne – Supernova

Novo álbum do artista oferece uma passagem de ida para o universo do Folk

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Ano: 2014
Selo: RCA Records
# Faixas: 10
Estilos: Folk, Folk Rock, Folk Psicodélico
Duração: 42:41
Nota: 3.5
Produção: Dan Auerbach
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fsupernova%2Fid836768499%3Fuo%3D4%26partnerId%3D2003

Supernova, o novo álbum do compositor americano Ray Lamontagne – o quinto de sua carreira -, oferece com seu Folk interiorano uma passagem para uma pausa na habitual correria cotidiana. O mesmo autor de Trouble, How Come e Empty, canções que projetaram a carreira do músico quase repentina e mundialmente, continua no que sabe fazer de melhor, e, embora suas canções possam parecer quase datadas, é graças à habilidade natural que o músico parece ter com seu estilo de composição que podemos ficar encantados com seu trabalho.

Ainda dentro das baladas Folk que domina, mas um pouco mais afastado da melancolia suave de seus álbuns anteriores e apostando mais em guitarras e violões suingados (com certeza um influência de seu novo produtor, Dan Auerbach de The Black Keys), Supernova conta com uma produção um pouco mais sofisticada, mas que não afastam seu espírito caipira de cena. Pelo contrário: apenas reforçam (sem parecer artificialmente estereotipado) sua aura.

São várias as possíveis comparações sonoras, e todas remetem, à sua maneira, ao Folk: da Psicodelia de Donovan (com os traços lisérgicos da ótima faixa de abertura Lavender, por exemplo), ao poder da confidência de Glen Hansard, a naturalidade doce que parece vir de Nick Drake ou mesmo das baladas de Tim Buckley (Drive-in Movies), e a suavidade cativante de Buffalo Springfield (como na faixa Airwaves, um dos pontos altos do trabalho).

A pureza quase ingênua de Supernova é o que dá liga à sua aura: manter-se honesto e sincero dentro de um estilo tão perpetuado como o Folk e suas variantes é uma tarefa muito dificil, e apenas uma alma verdadeiramente apaixonada quanto a de Montagne parece ser é capaz conseguir produzir hoje em dia uma obra cativante quanto à dos antigos.

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Autor:

é músico e escreve sobre arte