Baseado no livro de mesmo nome, do fotografo erótico Helmut Newton (lançado em 1976), o duo Chromeo parece em White Women finalmente trazer alguma novidade à “fórmula” hedonista vista em suas três obras anteriores. A estética oitentista da dupla continua presente, portanto, espere mais uma vez se deparar com muito do Synthpop, Funk e Soul da época, porém, agora com uma história a ser contada, uma amarra entre as faixas dançantes de David Macklovitch e Patrick Gemayel.
Mais sofisticado que seus antecessores, o álbum parece carregar um cuidado maior em suas letras, ora cheias de pequenas ironias e críticas à futilidade da sociedade – para averiguar isso, basta ouvir o single Sexy Socialite, com versos como “I wish you were a socialist instead of worrying about your name on a list” –, ora soando como típicas canções sobre relacionamentos e coração partido. Ainda assim, a dupla mantém suas letras fáceis de serem acompanhadas e bem divertidas de serem cantadas, além, é claro, de versos e refrãos facilmente memorizáveis – “I get jealous/ But I’m too cool to admit it” (Jealous (I Ain’t With It)) e “See your problems of self-esteem/ Could be self-fulfilling prophecies/ So probably your best policy is to talk to me” (Over Your Shoulder). Letras que sabem pegar leve para falar de temas “sérios”.
A dançabilidade e urgência das músicas deixam o disco ainda mais apelativo ao público e é bem provável que muitas delas serão vistas em diversas pistas de dança ao redor do mundo nos próximos meses – principalmente singles como Jealous (I Ain’t With It), Over Your Shoulder (que parece pegar carona na onda Electro-Funk de Random Access Memories) e Come Alive (com a participação de Toro Y Moi). Por falar em aparições especiais, além de Chaz Bundick, Solange (Lost on the Way Home) e Ezra Koenig, do Vampire Weekend (Ezra’s Interlude) contribuem com seus vocais nestas músicas, além de aumentam um pouco o escopo estilístico do álbum.
Em White Women, não há muitas novidades para a música do duo – ou mesmo para a música em geral -, mas inegavelmente este é um disco extremamente divertido e que tem um rumo certeiro: as pistas de dança. O grande avanço do álbum, em relação aos demais, é ver David e Patrick aprimorando ainda mais suas letras, até porque já sabemos muito bem que a dupla sabe fazer discos álbuns dançantes como ninguém mais sabe.