Quem conhece Swans sabe que a banda não faz discos no formato Pop, no qual damos o play, cantamos o refrão e dançamos no ritmo do riff principal. Desde 1982, a banda texana traz discos dignos de serem analisados como uma obra de arte contemporânea e moderna. Discos de se colocar em exposição em galerias (quem dera se transformadas cada faixa em um arte plástica: fica a dica e a esperança) para análises por diversos ângulos. Ou, na verdade, não. Talvez a análise é o que menos quer Gira e seus companheiros de banda.
Enfim, de uma forma ou de outra, To Be Kind é mais uma obra de arte do grupo. assim como os demais trabalhos, de difícil digestão, tanto em “harmonias” caóticas, glossolalias, reverberações, repetições em forma de mantra alterações de humor – no sentido primário da palavra, de fluídos corporais responsável pelos temperamentos e sentimentos – e pela longa duração – o décimo terceiro disco da banda impressiona por fisgar o ouvinte e atá-lo numa cadeira solta em um espaço além do físico e dar doses cavalares de diversas sensações. Elevação que gera entrega. Raiva e ódio de se fechar os punhos e bufar forte. Angústia e sofrimento de se chorar com o âmago. Neutralidade e ausência de se ter uma folha em branco na mente. Tudo isso em um mesmo álbum que soa como um coquetel de drogas dos mais variados efeitos que resulta num transe esquisofrênico de duas horas de duração.
Entorpecente, caótico e brutal, To Be Kind é um disco que não tem necessidade e valia de ter uma análise faixa a faixa. Assim como as demais obras, Swans nos traz uma avalanhce incontrolável ou uma manada incontrolável que passa pelo nosso cérebro. E se a análise não é recomendável ser feita por cada faixa a audição deveria ser feita da mesma maneira. Porém, com 120 minutos, é algo que requer uma reserva de tempo para absorver o trabalho todo. Ou então, irmos admnistrando doses de sensações mistas. Sugira você mesmo a sua posologia. O uso não é restrito para nenhum perfil e os efeitos adversos são o que se espera ter.
