Pode acreditar: Donker Mag é o disco mais completo que Die Antwoord já fez. Dos trabalhos anteriores, o bom humor e, convenhamos, aquela loucura toda estão de volta em músicas, no geral, menos agressivas e que exploram territórios musicais mais diversos sem perder a identidade da dupla.
Quando Ninja, um metido a pretty fly marrento, e Yo-Landi, a versão pseudo-albina de uma Nicki Minaj da periferia, soltam o verbo, você pode ter certeza que vai dançar bastante e que o que ouvirá será, no mínimo, bem doido. Ouvir Die Antwoord é o equivalente “pancadão” de um filme hollywoodiano daqueles com muitas armas e explosões: Você sabe que a vida real não é assim, mas é divertido olhar.
Só de olhar o nome das faixas (são 16 ao todo, mas várias são interlúdios), já percebemos uma coesão grande com a obra do duo sul-africano. São títulos como Dont Fuk Me, Raging Zef Boner e Do Not Fuk Wif da Kid, que trazem aquela lascívia violentamente exagerada que não pode ser levada a sério.
Se você curte o lado mais sombrio e pesadão de suas músicas, vai mexer a cabeça pra cima e pra baixo compulsivamente com Cookie Thumper!, Happy Go Sucky Fucky e Rat Trap 666. Já se o que chama a atenção é a mistura bacana de Rap com Eletrônica, se prepare para ir até o chão com Ugly Boy e o single Pitbull Terrier.
No meio disso tudo, há surpresas muito bem vindas como Strunk, uma “balada” à la Die Antwoord, um flerte com EDM em Sex e uma loucura instrumental de banda boa em Moon Love, antes da faixa-título, que encerra o álbum etereamente após uma introdução silenciosa de mais de 20 segundos.
Com isso tudo, a festa proposta pela dupla fica mais completa, ao mesmo tempo que fica a impressão de um disco ainda mais doido que seus lançamentos anteriores, principalmente pelo diálogo entre os interlúdios (um deles é só Yo-Landi rindo, por exemplo) e as faixas. E fica aquela certeza que, sempre que você precisar um pouco, esse álbum vem muito a calhar.