Cada vez mais, os novos – e até mesmo os já com tempo na praça – artistas vem mostrando não estarem presos a um estilo único ou uma vertente criativa. A junção de diferentes estilos musicais, se bem feita e dispostoa dentro de uma obra, acaba resultando em um trabalho interessante. E é fazendo uma boa mistura que PHOX estreia e encanta.
PHOX – o disco – é uma caixinha que mistura Downtempo, Folk Pop, Indie Pop, Soul Pop, ou seja lá outros nomes que se pode dar para o que o sexteto consegue produzir. Insturmentistas que sabem trabalhar diferentes nuances , somados a uma bela voz feminina – e intéprete – e uma produção que soube muito bem dispor ordem em um disco que vai de músicas como as Pop e delicadas Slow Motion e sua vizinha 1936, passando pelas “caipiras” Shrinking Violets – que soa animada e dançante – ou pela caipira doída e carregada de pensamentos distantes Raspberry Seed, e ainda apresenta, ali no meio, a tocante e introspectiva Laura que se mostra o lado mais triste, mas igualmente belo do álbum.
Dizer que a banda é inovaora no que fez é exagero. Mas, quando se vê uma boa produção e geração de uma atmosfera de entrega delicada e presente em um disco com quase todas as faixas com bela qualidade instrumental, tanto em melodias quanto em arranjos – os quais para algo não experimental ou de cunho artístico consegue fugir um pouco da mesmeice que nos faz já imaginar o próximo passo do musicista ou do cantor – é, então, algo que devemos ao menos dar o play uma vez. Play esse, que faz o álbum passar rápido por seus 50 minutos de duração, pois quando percebemos já nos deparamos com a última faixa, In Due Time, que, amistosa com seu violão e voz, parece nos afagar em um final de tarde de um dia à beira de uma estrada enquanto nos despedimos de amigos que recém fizemos, e pretendemos voltar em breve.
O bom, diferente de uma nova viagem, é que aqui, basta apertarmos o play novamente para revivermos toda a carga afetiva que PHOX conseguiu passar em seu primeiro trabalho e de uma maneira bastante natural.