A influência do Punk Rock vindo do final dos anos 70 na música vai muito além de aspectos meramente sonoros. É graças ao estilo que uma geração aprendeu que pode fazer o que quiser, na hora que quiser e do modo como melhor lhe couber se for apaixonada por música e quiser transformar seu ímpeto pessoal em expressão artística.
De lá para cá, o Do It Yourself do gênero passou por diversas fases. Evoluiu em diversas vertentes durante os anos 80 e sobreviveu bem até encontrar uma espécie de declínio após o final dos anos 90 (embora nunca tenha deixado de existir). A partir de agora, com o revival das vertentes mais agressivas do Rock que floresceu nos entremeios da nova década, novos jovens parecem voltar a beber nas fontes sonoras do Punk para voltar a fazer uma música rápida, mais ou menos rebelde, sem grandes pretensões, crua e imediata.
São diversos os excelentes exemplos deste nicho, que gira em torno de Ty Segall e seus diversos projetos (como o excelente Fuzz, por exemplo), passa pelo experimentalismo de No Age, na mensagem consistente de Big Ups, seja no aspecto mais bem produzido de SKATERS ou mesmo no bufonismo mais escrachado de Black Lips. Com White Reaper não é diferente e, assim sendo, o trio chega com sua sonoridade que soma as influências de Ramones e Sonic Youth sem disfarces.
Com seu primeiro EP, de seis faixas, somando apenas 16 minutos, White Reaper, o grupo americano de Kentucky, formado por Tony Esposito e pelos irmãos gêmeos Nick Wilkerson e Sam Wilkerson, chega rápido e animado. Sem grandes revoltas nem grandes mensagens, mas com a energia que pode ser exatamente a que você precisa pra animar o seu dia, os três acordes dos garotos te levam num impulso cheio de vitalidade e, ao mesmo tempo, despretensiosa.