Resenhas

Japandroids – Celebration Rock

Se repetir leva à perfeição, a dupla está no caminho no certo, já que o disco traz novamente vários acertos do seu primeiro trabalho e ganha uma aura Pop que o confere um novo fôlego

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Ano: 2012
Selo: Polyvinyl Record Co.
# Faixas: 8
Estilos: Garage Rock, Noise Pop
Duração: 35:10
Nota: 3.5
Livraria Cultura: 30029150

Existem duas maneiras de se encarar Celebration Rock. A primeira delas é “a volta triunfante do Japandroids” (que, após três anos sem gravar, faz um trabalho em que consegue manter a mesma vibe e energia do seu hypado disco de estreia), já a segunda é algo como “uma dupla que andava meio sumida e faz um álbum que se parece muito com seu álbum anterior, Post-Nothing (2009)”. Nenhum dos dois está completamente certo ou errado, pois há uma grande impressão de “cópia” ou continuação nesta obra. Mas, ao mesmo tempo, a banda consegue manter o frescor e energia de um ótimo primeiro trabalho.

Essa semelhança tão grande vem de algumas limitações impostas pela formação e pelas influências da banda. Os limites criados pela sonoridade crua e garageira acabam a fazendo compensar isso de outra maneira, fazendo um som barulhento, porém acessível.

Cada canção do disco tem sua veia Pop, seja por conta dos coros perfeitos para os shows, ou das guitarras distorcidas que escondem verdadeiras melodias radiofônicas. Se algo mudou durante estes três anos de espera, foi a aproximação da dupla com seu lado amigável às rádios.

Em clima de celebração, Japandroids abre o disco com fogos de artifício em The Nigts of Wine and Roses. Já mostrando a energia que vai acompanhar o disco, ela é repleta de “oh oh oooohs” que são perfeitos para serem acompanhados pelo público nos shows. Entre vocais rasgados, batidas firmes e uma guitarra barulhenta, o disco continua passeando por mais algumas influências da banda, principalmente o Punk e o Hardcore.

Adrenaline Nightshift ganha toques da cena guitarreira da década de 90, lembrando em muitos momentos Dinosaur Jr., e ganha os contornos Pop que acompanham todo o trabalho. Younger Us já é uma velha conhecida, lançada em forma de single em 2010, e lembra bastante as músicas do primeiro álbum. Uma das mais fortes do disco, The House That Heaven Built, também ganha os coros que, apesar de redundantes, conseguem levantar o disco.

Continuous Thunder consegue fechar a obra apresentando uma novidade: um toque Shoegaze às guitarras de Brian King que foge de tudo o que a banda apresentou em suas outras sete músicas. Celebrando o fim da festa ao som de fogos, o disco termina da mesma forma que começou.

A vibe roqueira e distorcida com contornos melódicos fazem de Celebration Rock um poderoso disco. Mesmo que fique uma certa impressão de “mais do mesmo”, esse tal “mesmo” é muito bom, ainda mais com o toque radiofônico que o disco ganhou.

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BOM PARA QUEM OUVE: Yuck, Howler, Cloud Nothings
ARTISTA: Japandroids
MARCADORES: Garage Rock, Noise Pop

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts