Ainda sem um fim oficial, os integrantes da banda Abe Vigoda começaram a fazer seus projetos paralelos e, visto que o término da banda tropicalista é praticamente certo, só que não anunciado, tais projetos tomaram forma de trabalho primário. Por parte de Juan Velazquez, foi criado o grupo Roses.
Apesar de vir de um ex-Abe Vigoda e de contar com uma capa bem vívida e que nos remeteria a um Pop de pista, a verdade é que Dreamlover bebe direto da fonte oitentista do New Wave. Com linhas de baixo bem presentes e camadas cadenciadas e vocais saturados de açúcar, a fórmula do estilo que marcou os anos 80 nos EUA e Reino Unido é muito bem recriada nas quatro faixas do compacto.
Seja com o single Florence Girl e sua bateria eletrônica e riff de guitarra de início, The Fog e sua cara meio Duran Duran e realmente soando como se estivéssemos em meio a uma neblina vestindo sobretudos pretos – mas sem que isso soe soturno – e a carregada linha de baixo de Icicle, com um ar extremamente romântico, caracterizam o som do trio. Apenas a última canção do EP, It’s Over, que parece fugir um pouco. Aqui, nota-se uma mistura de The Smiths com uma guitarrinha tropical, o que claramente provém dos resquícios do que Juan convivia em Abe Vigoda. Entretanto, mesmo sendo menos séria que as outras três, ainda se encontra dentro da proposta que o trio quer passar.
Com um som agradável, mas sem muita novidade ou força de expansão pelos quatro cantos do mundo, Roses apresenta um disco justo e sincero, que nos passa melodias prazerosas de se ouvir sem qualquer tipo de reluta aos ouvidos.