Um assunto que parece o determinante atual para se falar da maioria de novas bandas parece ser o revival. Embora os anos 90 pareçam ainda muito próximos – caso você tenha a minha idade -, esse parece ser o período chave em que muitas bandas atuais buscam a inspiração. Mas Towns escapa das variantes mais vistas por aqui (como a do Hardcore, por exemplo, na qual temos Bob Mould lançando álbum solo, Big Ups resgatando o espírito legítimo da adolescência e o Emocore norte americano original produzindo cada vez mais bandas novas) e atualiza o Novo Psicodélico (movimento que também anda se intensificando após o advento de bandas como MGMT, Animal Collective e Tame Impala) com um novo tipo de inspiração noventista.
Embora Get By possa remeter imediatamente ao ótimo Sun Structures, dos também ingleses Temples, graças justamente ao timbre psicodélico dos efeitos de guitarra (e da voz, vez ou outra), Towns se afasta das referências vindas diretamente da lisergia dos anos 70 e parece soar de algum vindo da transição entre Blur e The Verve com pitadas de My Blood Valentine.
Além do Britpop em si, a juventude parece soar forte na alma dos garotos. Não só porque seus temas denunciam de forma velada certa falta de maturidade, mas, além disso (e de forma muito positiva), a desorganização barulhenta de suas músicas e a alegria que parece irradiar dos garotos quando estão fazendo o que gostam seja justamente o gás que chamou a atenção para o grupo. Qual exemplo melhor disto do que a faixa que dá nome ao álbum? Get By, vinda de uma sessão claramente despretensiosa, cheia de ruídos e sem equalização, destoa do restante do trabalho e parece que foi mantida ali justamente pela aura que irradia, quase “incapturável” no ambiente quase “estéril” do estúdio.
