Resenhas

Electric Würms – Musik, Die Schwer zu Twerk

Projeto paralelo de Wayne Coyne se perde na própria viagem

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Ano: 2014
Selo: Warner Bros Records
# Faixas: 6
Estilos: Psicodelia, Eletrônico Experimental
Duração: 29:20
Nota: 2.0
Produção: Wayne Coyne, Esteven Drozd

Wayne Coyne, após algum tempo de polêmica envolvendo sua amizade com Miley Cirus, que rendeu algumas parcerias (umas musicais, outras nem tanto), parece querer se afastar conscientemente deste assunto e voltar aos poucos à viagem sonora que se assemelha mais a seu The Flaming Lips (não podemos deixar passar desapercebido o título que escolhe para seu primeiro álbum, que ironiza sua relação com o Twerk).

Todavia, apesar de ser Coyne quem mais aparece nos vídeos de divulgação da banda e de ser o nome que mais pulula nas manchetes de seu novo projeto, ele próprio se coloca mais como coadjuvante do que como cabeça de Electric Würms. Enquanto Coyne cuida do contrabaixo, é Esteven Drozd (também de The Flaming Lips) quem se coloca como compositor principal das seis canções que figuram em Musik, Die Schwer zu Twerk.

O álbum (que, apesar de poucas faixas, soma meia hora de duração) é uma viagem lisérgica despretensiosa que parece mais preocupada em testar tantos efeitos sonoros quanto forem possíveis e estiverem ao alcance. De sintetizadores, passando por pedais e até mesmo aplicativos de iPad, a massa sonora de Musik, Die Schwer zu Twerk não apresenta muita consistência e pode ser uma empreitada meio difícil de embarcar caso o ouvinte esteja sóbrio.

É claro, com o cacife do histórico de The Flamig Lips no currículo, o álbum pode ser uma excelente trilha sonora para uma viagem (se é que você me entende). Embalado na experimentação, o trabalho encontra alguns pontos de apoio, como a faixa The Bat, ou mesmo no cover do grupo de rock progressivo Yes, intitulada Heart of The Sunrise (em sua maioria graças à uma volta de sobriedade provocada pelo aparecimento das letras nas músicas).

Com todo o material que Electric Würms lançou agora, de músicas em si, passando por making offs e até videoclipes, é fácil perceber que essa espécie de projeto paralelo não almeja nenhuma super produção, e, de fato, se diverte na própria viagem e inventividade. Fica a critério do ouvinte decidir se o clima para ouví-lo é propício ou não.

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Autor:

é músico e escreve sobre arte