A cada dia parece brotar mais bandas de Dream Pop, mas, em meio de tantas, a Fixers é uma que não poderíamos ignorar. O quinteto faz um som facilmente assimilável com toques de psicodelia que, no fim das contas, o torna deliciosamente Pop e inofensivo, porém ótimo.
Em We’ll Be The Moon, se consegue notar diversas influencias contemporâneas, como Animal Collective, Panda Bear e MGMT, e ainda um pouco do Shoegaze trazido da década de 90. No meio do experimentalismo, há também a vibe ensolarada de Brian Wilson e seus Beach Boys, fazendo uma espécie de som Avant-Garde com impulsos comerciais e facilmente deglutível.
Depois de alguns anos lançando bons EPs e singles, a banda lança seu primeiro disco provando que a psicodelia não precisa necessariamente recorrer ao saudosismo e à mania retrô que impera no estilo.
O quinteto abre este trabalho com uma (não tão) velha conhecida, Majesties Ranch (tirada do EP que precede o lançamento do álbum). Com a forte presença de sintetizadores e um vocal assumidamente radiofônico de Jack Goldstein, a música já aponta os caminhos que o disco vai seguir. Iron Deer Dream parece uma mistura da chillwave com ecos do experimentalismo do Animal Collective, uma mistura que gera uma música deliciosamente dançante, enquanto a colorida Crystals explode em vários em diversos momentos com suas guitarras agitadas e uma bateria hiperativa.
O disco acaba revelando um lado fetichista por sonoridades vintage em Really Great World e Good Night, que exibem harmonias adocicadas que lembram o Beach Boys, principalmente a segunda, que leva um clima californiano ensolarado, apesar do nome, mas são as duas únicas faixas que carregam esse tom saudosista.
Em seu disco de estreia, a Fixers traz uma mistura de diversos elementos, mostrando uma banda que consegue se aventurar por terrenos do Avant-Garde e Psicodélico sem perder de vista o Pop e sem apelar para a moda retrô.