Resenhas

The Derevolutions – The Derevolutions

Mistura de estruturas comuns Pop e experimentações de timbres propiciam boa estreia da banda

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Ano: 2014
Selo: Independente
# Faixas: 11
Estilos: Indie Pop, Synthpop, New Wave
Duração: 44:43
Nota: 3.5
Produção: The Derevolutions
SoundCloud: /tracks/127368055

Ser Pop é algo controverso. Se por um lado você torna sua música mais acessível e de “fácil digestão” para o público, por outro você pode se passar por um preguiçoso por preferir se acomodar em estruturas rítimicas e harmônicas bem fáceis e de reprodução quase que automática. O Indie como um todo vive isso desde que foi criado, cercado de ideais como “Você traiu o movimento” ou chamando certas bandas de “vendidas”. Não dá para negar nenhum dos lados da moeda, porém certa moderação é precisa. Às vezes, o Pop é realmente a saída que mais condiz com o que a banda quer se expressar e as estruras que antes eram simples e previsíveis começam a tomar rumos mais interessantes. Este é o caso do surpreendente disco autointitulado de The Derevolutions.

Com uma de suas integrantes nascidas no Brasil, já estavamos de olho neste interessante projeto há algum tempo, quando indicamos a banda em nossa seção Ouça. Bem relaxados, os músicos mostravam despretensão em relação a se afirmarem como uma banda (mesmo a faixa Yell It Out sendo usada em uma propaganda viral da ESPN). Entretanto, agora com o lançamento de um disco de fato as coisas parecem mudar, pois “despretensão” não é algo que ouvimos no decorrer das onze faixas.

Vemos que o Pop é um campo que a banda domina plenamente, usando de suas estruturas para acrescentar elementos mais experimentais no que diz respeito principalmente a samples e sintetizadores. Automate Your Soul começa com uma melodia vocal-sintética que ja fica presa na cabeça do ouvinte e, quando acrescida uma guitarra solta e relaxada bem à la The Strokes, as coisas começam a encaixar muito bem. Até mesmo outras estéticas Pop entram em jogo, como em Pascualita e seu Surf-Synth-Pop dos anos 60 e Gimme Bubblegum, uma faixa que é praticamente casada com a estética New Wave de bandas como B-52’s.

O que mais fica evidente no primeiro disco da banda é que um disco Pop não é, de jeito nenhum, sinônimo de ruim. Eles conseguem moldar uma estética extremamente mastigada em algo interessante e, contrário ao que Pop é, imprevisível. A exploração de timbres, efeitos vocais, novas fusões rítmicas dão ao registro um caráter bem instigante e de fácil degustação.

Pense neste álbum como uma espécie de linha especial de chiclete. Tem a mesma forma e consistência de outras marcas, mas aqui, o sabor é diferente. É parece durar bastante. Uma boa obra e um nome para se ficar de olho.

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Autor:

Produtor, pesquisador musical e entusiasta de um bom lounge chique