Resenhas

Deafkid – Dialects

Primeiro EP de duo inglês inaugura nova fase em sua carreira

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Ano: 2014
Selo: Independente
# Faixas: 4
Estilos: Pop, Experimental, Eletrônico
Duração: 17:11
Nota: 3.0
SoundCloud: /tracks/164817358

Deafkid foi uma banda que surgiu como uma promessa em meados de 2013 (e ganhou uma indicação em nosso Ouça: Bandas) com seu som híbrido entre Música Pop, Eletrônica e Experimental, e vem construindo sua carreira desde então com base nesta mistura primordial, sempre pendendo para alguns dos lados da tríade em suas faixas. Se o ótimo single Vigilante tinha uma cara mais Pop e Horns, uma mais experimental, seu primeiro EP, Dialects, se torna torna um misto de tudo em isso, não exatamente tendo só um dos extremos de sua música como norte.

São apenas quatro faixas para mostrar essa nova fase da banda e a escolhida para revelar esses novos caminhos é Rosary. Com um leve violão dedilhado e algumas batidas esparsas (usando uma variedade grande de timbres que vão desde uma caixa até um xilofone), a faixa vai crescendo aos poucos e agrupando novos elementos, como os sintetizadores e o belo conjunto de vozes de Christopher Lockington e Florian Sauvaire. The Grind (melhor single do EP) segue esta mesma proposta de apresentar elementos aos poucos e construi-los até criar um clímax. Mais percursiva, a música brinca com mais timbres dos sintetizadores e efeitos eletrônicos, criando um fundo encantador para as vozes se desenvolverem.

At Bay, por sua vez, explora o lado mais eletrônico da dupla. Com um clima emprestado do Synthpop, as inserções “orgânicas” acabam sendo o que mais chama a atenção na faixa (com vários pequenos detalhes a serem pescados, como sons que parecem vindo de madeiras batendo, cowbells, sinos e as guitarras suingadas, ao fim da canção). Blame fecha o EP mostrando algo mais épico, de certa forma, mais performático. A união das linhas de guitarras e os claps computadorizados, se tornam o envólucro para o austero piano se tornar mais aparente e o duo criar ótimas harmonias vocais (com o refrão “Why don’t you fell that way? / Why don’t you fell that blame?”).

O EP é curtinho infelizmente, mas serve com um bom aperitivo (e espero que também que sirva como aquecimento) para uma futura obra do duo. Provando sua qualidade, sem ter de soar tão Pop ou instantâneo, a dupla mostrou que consegue adicionar profundidade a sua música e experimentar com novos elementos sem ter de deixar alguns dos pontos de sua tríade proeminente.

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BOM PARA QUEM OUVE: Redinho, Aan, Radiohead
ARTISTA: Deafkid

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts