Resenhas

The Beach Boys – That’s Why God Made the Radio

Disco marca a volta de uma das bandas mais influentes da música contemporânea aos estúdios depois de mais de 16 anos sem máterial inédito

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Ano: 2012
Selo: Capitol Records
# Faixas: 12
Estilos: Surf Pop, Pop
Duração: 38:45
Nota: 3.0
Produção: Brian Wilson
Livraria Cultura: 30028214

The Beach Boys consegue a façanha de ser influente no Pop e Rock, transitando muito bem entre os dois estilos, e ainda ganhar o posto de uma das bandas mais importantes das últimas cinco décadas. Estes californianos, liderados por Brian Wilson, serviram de inspiração para os mais diversos artistas e movimentos surgidos após os anos 60. Teria jeito melhor de comemorar seus 50 anos de carreira do que com uma mega turnê e um disco novo? Na teoria, é uma linda ideia, mas sente-se uma grande sensação de mais do mesmo ao ouvir o disco: tudo que você já viu na carreira deles está distribuído ao longo deste trabalho.

É bom rever uma banda dessa importância entrando mais uma vez em estúdio, depois de mais de 16 anos sem gravar, para fazer um novo disco só com músicas inéditas. Porém, o encanto deste reencontro fica por aí, pois as doze músicas que formam That’s Why God Made the Radio seguem o mesmo padrão de tudo que já feito por eles – melodias ensolaradas, letras por vezes reflexivas e coros que faziam sucesso na década de 60 parecem de certa forma deslocados hoje.

O nome do disco já denuncia um pouco dessa sensação de se estar perdido no tempo, o que fica evidente a cada faixa que, quando não parece resgatar os anos 60 e tudo o que havia ficado perdido por lá (principalmente a vibe dos clássicos Pet Sounds e Friends), traz em suas letras uma serie de reflexões sobre a passagem do tempo e encarar a mortalidade e o fim da vida na maior parte das faixas, mostrando uma sinceridade que nunca esteve presente na carreira da banda.

Existem duas músicas que fogem dessa linha saudosista, uma delas parece ser uma espécie de desabafo enquanto a outra é uma crítica cultural: os versos da ensolarada Spring Vacation servem como um lamento do grupo com os versos: “As for the past, it’s all behind us/Happier now, look where life finds us/Singing our songs is enough reason/Harmony boys is what we believe in/Some said it wouldn’t last/All we can say is we’re still having a blast”; enquanto The Private Life Of Bill And Sue fala da história de um casal em algum tipo de reality show.

O melhor deste trabalho, na verdade, é a própria volta da banda, já que como álbum ele não acrescenta muita coisa à carreira do The Beach Boys, nem mesmo aos fãs que esperavam ansiosamente por alguma novidade. O 29° disco peca pela falta de novidade, pelo saudosismo exagerado e (com pesar em dizer isso) recorre a lugares comuns já visitados pela banda anteriormente.

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BOM PARA QUEM OUVE: The Drums, Real Estate, Best Coast
MARCADORES: Pop, Surf Pop

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts