Resenhas

Suckers – Candy Salad

Após um bom disco de estreia, a banda convoca o produtor do MGMT e erra ao fazer um álbum que começa muito bem, mas cai em monótonos excessos Pop ao longo de seu trajeto

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Ano: 2012
Selo: Frenchkiss
# Faixas: 10
Estilos: Indie Pop, Synthpop
Duração: 44:10
Nota: 2.0
Produção: Matt Boynton

Ouvir Candy Salad poderia ser facilmente comparado a dar uma volta em uma montanha-russa: é rápido, divertido, tem seus altos e baixos e, o mais importante de tudo, começa de uma altura que nunca mais vai ser alcançada ao longo do trajeto. Essa é a sensação que o segundo disco do Suckers me passa – ele começa bem empolgado e cheio de energia, daí em seu decorrer tenta sem sucesso recuperar a força que tinha no início e acaba quase como se estivesse se arrastando. Não sei vocês, mas eu não gosto de viajar em montanhas-russas repetidas vezes, e isso se aplica pra este disco também.

Não sei se por culpa ou por mérito do produtor Matt Boynton (que já produziu também o MGMT), o disco cai em lugares comuns com seu Power Pop morno e inofensivo. O álbum é muito bem produzido e ganha muitos pontos em seus méritos técnicos, porém não apresenta nada de novo ao ouvinte. Pode-se notar melodias pretensiosamente pegajosas e um som bem convencional, como se fosse manufaturado pelas mãos do produtor para se tornar altamente acessível e vendável. Se em seu Wild Smile (2010) a banda tinha algo de Art Pop, a “Art” foi embora e restou só o Pop.

Quase sempre existe uma crise do segundo álbum e uma dúvida paira sobre as bandas: seguir o que deu certo e repetir acertos do primeiro disco ou tentar se reinventar e seguir uma linha completamente nova? De fato não há só uma resposta pra esta pergunta, nenhuma delas é errada, mas nem sempre a escolha dá certo. Não foi diferente com o Suckers, que seguiu outros rumos, chamou um badalado produtor e acabou perdendo muito da originalidade e força que tinha em seu primeiro álbum.

A altura máxima do disco é marcada pela sua faixa de abertura, Going Nowhere, que se destaca pela forte presença dos sintetizadores, uma linha de baixo bem construída, um harmonia vocal dupla e um solo de guitarra digitalizado que engrandece muito a música e, por alguns momentos, nos traz lampejos do Art Pop do seu primeiro disco. Figure it Out ainda mantém o fôlego com uma bateria típica do Ringo Starr (dura e precisa) e um refrão pegajoso que vai ficar na sua cabeça por alguns dias.

A tentativa de recuperar pontos mais altos no disco vem em Charmaine, levemente construída com o teclado e um espesso fundo eletrônico. O vocalista Quinn Walker constrói nesta canção um vocal apaixonado, mostrando sua melhor apresentação vocal em todo o disco. A partir daí, o disco se arrasta monotonamente em direção ao seu fim, caindo em várias mesmices e lugares comuns.

A volta na montanha-russa acabou e, com ela, a vontade de repetir a dose. O disco passa por seus altos e baixos (com mais baixos que altos) e cai muitas vezes em mesmices. Por que não experimentar outros brinquedos?

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BOM PARA QUEM OUVE: Citizens!, MGMT, Regina Spektor
ARTISTA: Suckers
MARCADORES: Indie Pop, Synthpop

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts