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Trabalhando com uma série de diferentes produtores e com algumas novas ideias, parece que a maior vontade de Victoria Hesketh em seu novo EP como Little Boots é a de tentar se reinventar artisticamente, se distanciar daquele teor mais Electro-Pop de seu último álbum, Nocturnes, lançado em 2013.
Em um primeiro momento, a moça até consegue esse feito em Business Pleasure. Ainda mais depois de ouvirmos faixas como Pretty Tough, que parece ter batidas vindas do Trap, enquanto os sintetizadores mostram algo que se aproxima de um Synthpop mais austero. Com certeza, Victoria abandonou sua zona de conforto e não só nesta faixa. Quanto a tentar fazer algo diferente, não há dúvidas que ela está tentando, mas será que a moça conseguiu um resultado menos insosso que seu último lançamento?
Eu diria que a resposta é não, pelo simples motivo de que Victoria simplesmente está brincando com sonoridades novas, mas não exatamente tentando seguir por caminhos diferentes. Prova disso é as letras, que mais uma vez usam as mesmas temáticas e que se tornam bem redundantes dentro da obra da cantora. Heroine é uma prova disso. Little Boots recorre a uma pastiche de si mesma ao apresentar batidas pouco diferentes do que ela já estava acostumada e liricas que parecem requentadas.
Independentemente de atingir ou não o objetivo de se reiventar, o EP se mostra bem morno por seus pouco mais de 15 minutos. Nem mesmo a produção nova e os temperos mais modernos trouxeram à música de Victoria algo que a faça se sobressair entre as tantas outras obras lançadas nos últimos tempos. Infelizmente, Business Pleasure não mostra nada que convença o ouvinte a tentar reouvir o EP ou mesmo mergulhar mais fundo nele – e se o fizer, temo que não encontrará nada que já não poderia ser visto da superficie.
