Lord RAJA é o nome que assume Chester Raj Anand, produtor nova-iorquino que vem ganhando destaque nos últimos anos por sua mistura entre Hip-Hop, IDM e Ambient. Suas produções são bem imaginativas, intrincadas e repletas de elementos e camadas, que orbitam em torno desse misto de estilos. A Constant Moth é seu primeiro álbum e chega depois do produtor receber alguns elogios com o EP Rubies, lançado em 2013.
Assim como no anterior, o disco mantém-se muito criativo (principalmente na mistura de novos elementos e na criação dos ótimos padrões para os beats), porém é também muito curto e com faixas igualmente pequenas. São doze músicas em pouco mais de meia hora, fazendo com que a maior parte delas mal passe dos três minutos de duração. Se para o Pop esse é um tempo “ideal”, para a Música Eletrônica em geral é um curto período para deixa-las ganharem força e crescerem, ainda mais vindo de um artista que traz ecos da IDM e Ambient em seu misto.
Muitas vezes, essas músicas parecem rascunhos, não por não estarem finalizadas (afinal, o trabalho “maximalista” de Raj é muito bem executado), mas por se mostrarem, ao que parece, inacabadas. Elas terminam abruptamente ou não ganham tempo para de desenvolver como deveriam. Deixando o ouvinte, às vezes, esperando por mais, por alguma continuidade que nunca virá. O resultado geral é prejudicado por isso, mas ainda assim é possível pinçar ótimos momentos dentro do curto registro.
A que mais se destaca em todo o álbum é Van Go, que conta com a participação de Jeremiah Jae. Não fosse os versos do rapper chamarem a atenção (fora a produção meticulosa e cheia de detalhes), esta é a única faixa de todo o disco que conta com vocais não sampleados. Um ótimo exemplar de como a música de Anand consegue ser potencializada com vozes e letras. Infelizmente, aquele problema de acabar abruptamente e deixar o ouvinte esperando um encerramento acontece aqui também.
A dobradinha Pistol Refix e Darwin com sua vibe Flying Lotus, Throw Them Out (System) com seu House acelerado, o glitch de De Lia Lu Lu e o quase Trap de Black Top formam outros momentos interessantes dentro álbum, pontuando-o com sabores diferentes, mas harmonizando bem com o todo, sabendo dosar a mão no tempero vindo de cada estilo. Seguindo nessas analogias culinárias, RAJA seria um bom cozinheiro, mas um que só sabe ainda preparar o prato de entrada. Ainda falta cozinhar melhor para criar um verdadeiro banquete.
