Não é sempre que o espiríto faça você mesmo (ou, seguindo sua sigla mais popular, DIY) está associado ao Lo-fi. Também não é verdade que gravações solitárias (feitas em casa ou não) precisam, necessariamente, daquele aspecto de registro “demo” depretensioso. Uma excelente prova disso é o produtor e multi-instrumentista Christian Berishaj, que atende pelo codinome JMSN (do qual lê-se “Jameson”). Seu novo álbum, auto-intitulado JMSN (The Blue Album), veste com um espírito Pop mainstream que não deixa nada a desejar a nenhum Justin Timberlake, embora possua uma aura mais alternativa.
JMSN, em sua longuíssima duração (14 faixas que somam mais de uma hora de música), ataca com um R&B Downtempo que não deixa nada a desejar também se comparado a seu colega Kendrick Lamar (cada um dentro de suas especificidades, é claro). Embora seja majoritariamente monocórdico, o trabalho alterna entre os momentos mais óbvios cafonas (com solos de saxofone, sim), uma sedução canalha mais ao lado de Kevin Drew, e outros mais inspirados, como no hit pegajoso Addicted.
De todas as habilidades evidentes de JMSN, podemos dizer que este trabalho apoia-se sem receios na excelente performance vocal e no seu tato como produtor. Embora seu trabalho anterior (e debute), Priscilla, tenha chamado a atenção, JMSN (The Blue Album) já nasce grandioso e com todo o potencial para figurar entre os principais nomes Pop dos Estados Unidos.
