Resenhas

Violens – True

O segundo disco do trio vindo de Nova Iorque traz uma bela fusão Dream Pop com Shoegaze e ainda acrescenta alguns elementos psicodélicos

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Ano: 2012
Selo: Slumberland Records
# Faixas: 12
Estilos: Shoegaze, Dream Pop
Duração: 37:00
Nota: 3.5

A fusão do Dream Pop com a Psicodelia roqueira que o Violens faz fica bem explícita quando se caminha por seu segundo disco, True. O Pop que impera nas primeiras faixas lentamente se une à vibe roqueira dos anos 90, principalmente ao Shoegaze, que ganha destaque em faixas densas como Every Melting Degree, com suas empoeiradas guitarras e o vocal melódico criado em diversas camadas. A mistura desses e de outros elementos cria um poderoso disco com uma sonoridade que lembra muito aquela década.

Os nova-iorquinos começaram a despontar ainda em 2008, somente um ano depois da criação da banda. Seu debut, Amoral, veio somente em 2010, gravado de forma independente e artesanal, talhado na forma que o trio pretendia se mostrar ao mundo. A sonoridade nebulosa desse seu primeiro disco continua neste trabalho, porém é explorada com ainda mais profundidade agora. Aqui, o grupo mostra seu avanço nestes dois anos, produzindo um álbum mais coeso e sedutor.

A abertura fica por conta de Totally True, que aos poucos vai aumentando seu ritmo acompanhado pelas guitarras e pelo vocal sussurrado de Jorge Elbrecht, mostrando uma complexidade em sua construção presente em todo o álbum. No meio do disco, aparecem alguns interlúdios que quebram o ritmo entre as músicas: a nuvem de distorção de Lavender Forces é acompanhada por murmúrios de Elbrecht e em Lucent Caries as guitarras ganham destaque se desafinando e dão lugar a um som espectral e soturno quando saem de cena.

Além das referências aos anos 90, existem músicas que evocam o pop dos 60, como When to Let Go e sua harmonia ensolarada, enquanto o ritmo Post-Punk do fim da década de 70 se mostra em All Night Low, com suas frenéticas guitarras que criam uma sonoridade distorcida e cheia de reverberações. Para completar a retrospectiva musical existe também uma aura da New Wave dos 80 em Watch the Streams.

Esse é um Dream Pop bem diferente, no lugar dos sintetizadores, comum a quase todas as bandas do gênero, as guitarras constroem a sonoridade etérea e serena do disco e também criam um clima sinistro em algumas músicas. Elas também ajudam a recriar aqui o Shoegaze, que aqui assume novas formas, mas mantém as raízes do estilo.

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BOM PARA QUEM OUVE: Magic Wands, Craft Spells, 2:54
ARTISTA: Violens
MARCADORES: Dream Pop, Shoegaze

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts