Resenhas

Jesse Harris – No Wrong No Right

Músico dá passo tranquilo e sensível em sua extensa carreira

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Ano: 2015
Selo: Slap
# Faixas: 14
Estilos: Pop, Folk, Singer-Songwriter
Duração: 42:04
Nota: 3.5
Produção: Jesse Harris

A impressão que se tem ao escutar No Wrong No Right, o décimo terceiro álbum solo da carreira de Jesse Harris, é que sua música veio, ao longo do tempo, apurando sua delicadeza etérea até chegar à sensibilidade atual. Seu violão de nylon e sua voz aguda e aveludada trazem a beleza frágil de um floco de neve ou mesmo da poeira que flutua contra a luz de uma janela. Mas não se engane, não há nada de ingênuo aqui, e, mais legal ainda, a música brasileira tem muita culpa nessa história toda.

Além de estarmos falando do décimo terceiro álbum de Jesse Harris, o músico ainda ostenta em seu currículo diversas outras participações – Norah Jones é um dos nomes com maior destaque, além dos brasileiros Maria Gadú, Marisa Monte e Tiago Iorc -, nas quais atua como compositor e instrumentista. Por isso, embora as faixas passem longe de experimentalismos, graças a seu extenso know-how embasado, todo o álbum é muito coeso, mesmo dentro de suas variações de “humor”.

O que chamo de “variações de humor” aqui diz respeito tanto aos diversos ritmos e climas presentes no álbum, tanto quanto às diferentes influências que notamos. Com seu violão cheio de acordes sofisticados e dedilhados complexos, temos a influência da Bossa Nova tropical, do nosso Chorinho (Don’t Let Me Pass By), temos o Rock estadunidense (como na faixa título No Wrong No Right), além de faixas intrumentais que parecem vindas das trilhas de um poético Anime japonês (Miyazaki). Isso tudo sem perder a identidade serena.

Aparentemente despretensioso, mas bastante complexo em sua estrutura, além de muito maduro no que tange as escolhas inteligentes que optam pela falta de excessos e excetrencidades, No Wrong No Right é um passo tranquilo na longa carreira do músico, um pouco mais afastado do Pop Romântico de seus trabalhos anteriores, todavia um dos mais sensíveis.

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BOM PARA QUEM OUVE: Ben Howard, Devendra Banhart, Tiago Iorc
ARTISTA: Jesse Harris
MARCADORES: Folk, Pop, Singer-Songwriter

Autor:

é músico e escreve sobre arte