Resenhas

Carl Barat And The Jackals – Let It Reign

Músico não consegue fugir de seus próprios clichês, nem mesmo com nova banda

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Ano: 2015
Selo: Cooking Vinyl
# Faixas: 10
Estilos: Indie Rock, Rock Alernativo
Duração: 35:31
Nota: 2.5

“Em time que está ganhando não mexe”. Essa pode não ser exatamente a filosofia de Carl Barât quando o assunto é escalação, mas uma grande verdade quando se fala da maneira de jogar. Por quase uma década e meia, o músico continua com sua formação básica do Indie Rock Inglês, seja em The Libertines, Dirty Pretty Things ou mesmo em sua carreira solo. Mais uma vez, o músico se agrupa no formato de duas guitarras, um baixo, uma bateria e um vocal para entregar músicas com o mesmo teor de suas antigas produções. Aquele clichê que ainda dá certo.

Neste disco o músico junta-se a um grupo novo, formado somente para este lançamento. Nomeado como The Jackals, o trio de músicos foi escolhido após Barât se cansar de gravar sozinho e pedir ajuda nas redes sociais. “Quando você está numa banda, existe muito mais liberdade do que quando você está por conta própria (…) você se preocupa menos com o que faz no palco e o que veste e não tem que ficar pensando duas vezes para fazer algo e se preocupar como o público vai reagir”, afirmou Barât em uma entrevista na época do pedido. O mais interessante, é que o músico já havia gravado boa parte do álbum quando surgiu com essa ideia e resolveu regravá-lo com a nova formação. O processo durou quase um ano e o primeiro single da obra, anunciada em janeiro de 2014, foi lançado somente em setembro.

Em Let It Reign parte da rebelião da juventude de Barât, agora com seus 36 anos, parece ter retornado, ao contrário de seu disco solo de 2010, assim como seu interesse por guitarras distorcidas e no volume máximo. De fato, é um som volumoso, arredio e agressivo, mas ainda assim dá a impressão de ser pasteurizado, calculado para soar “Punk” dentro da premissa do Indie Rock britânico tão cristalizada em sua obra. Há também referências à The Clash (em faixas como Glory Days e Summer In The Trenches) e ao Garage Rock da Terra da Rainha (A Storm Is Coming e March Of The Idle), mas pouco que os distancie realmente de Up The Bracket, seu primeiro disco com The Libertines.

O disco é sólido e vai direto ao ponto, porém seu maior problema é recorrer demais às fórmulas já consagradas (e usadas a exaustão pelo músico anteriormente). Sem sair de sua zona de conforto, Barât compôs um disco que mais parece um aquecimento para o terceiro álbum de The Libertines do que uma obra que caminha por sua próprias pernas.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts