Resenhas

Sweet Valley e MNDR – Dance 4 A Dollar EP

Participação da cantora não consegue sustentar trabalho fraco do duo

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Ano: 2015
# Faixas: 5
Estilos: Indie Pop, Pop Eletrônico, Glitch
Nota: 2.0
Produção: Sweet Valley

O diagnóstico feito por Gabriel Rolim em sua resenha de SV (2013), primeiro álbum do duo Sweet Valley, continua muito válido para este novo lançamento. Quase dois anos se passaram e a produção do duo, formado pelos irmãos Nathan (Wavves) e Kynan Williams, certamente melhorou, porém não ao ponto apresentar algo se sustente por si só.

Dance 4 A Dollar é um EP que conta com a participação da cantora norte-americana Amanda Warner, mais conhecida como MDNR, e que se mostra em uma proposta discrepantemente mais Pop. E, veja, isso não é um ponto negativo da obra, pois, em vários sentidos, ela consegue ser mais acessível e consideravelmente melhor construída que os lançamentos prévios da banda, focados em batidas do Hip Hop. O duo compôs cinco faixas híbridas entre Indie Pop e Pop Eletrônico, seguindo tendências de artistas como Charli XCX e Sky Ferreira, algo que certamente você já viu em outros lugares nos últimos dois anos.

Se pode não parecer experimental para nossos ouvidos, certamente é para Nathan e Kynan, que criavam suas músicas até então baseadas no Beach Punk ou Rap. Esse toque mais Pop abriu a Caixa de Pandora criativa da dupla a ponto de parecer sair tudo lá de dentro de uma só vez (como a caótica Tongues Like Ghosts pode provar). As faixas são todas lotadas de elementos, se tornando às vezes bem difícil de perceber o que está rolado. MDNR, por sua vez, parece estar confortável com os novos arranjos, pouco diferentes do que em seu trabalho com o Synthpop.

Ainda que fuja bastante do que a dupla criou até então, há também alguns elementos em comum, como as letras despreocupadas (“We don’t give a fuck/ And we know it” de Do It Everyday ou “Let’s make love like liars” de Like Liars), ou ainda a vibe lisérgica (como em Do It Everyday); O teor Lo-Fi de outrora, abre espaço para tendências do Glitch. O resultado é Pop e dançante, ainda que desconexo e em certos momentos incrivelmente bagunçado. Mesmo assim, um passo interessante na carreira sempre mutável da dupla.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts