Resenhas

Toro Y Moi – What For?

Chaz Bundick assume finalmente o Pop e o clima ensolarado em seu novo álbum

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Ano: 2015
Selo: Carpark Records
# Faixas: 10
Estilos: Dream Pop, Synthpop
Duração: 36:12
Nota: 4.0
Produção: Chazwick Bradley Bundick

Uma transformação gradativa vem tomando conta de Chaz Bundick e seu Toro Y Moi. É possível notar que, desde o início de sua carreira, o clima nublado e etéreo da Chillwave, estilo através do qual se consagrou, vem, aos poucos, dando lugar ao Pop ensolarado.

A primeira transformação mais evidente foi a do experimentalismo de Causers of This (sua estreia) para os riffs e loops pegajosos de seu segundo trabalho, Underneath The Pine. Ainda assim, naquela época, a névoa gelada sempre foi uma metáfora perfeita para a sua música (lembra desse clipe?), na qual o vocábulo chill servia tanto à sensação de frio quanto à de tranquilidade que emanava de seu estilo. No álbum seguinte, Anything In Return, pudemos notar que Bundick acelerou discretamente seu beat, e, embora seu “Synthpop marca registrada” ainda estivesse presente, o clima dançante do final dos anos 70, cheio de temperos funkeados eram o que ditavam o tom predominante.

Por isso, seguindo essa lógica, quando nos deparamos com What For?, não é de espantar um clima muito mais animado, ensolarado (a até mesmo mais ingênuo) no álbum, se comparado a seus predecessores. Um grande sintoma disso é a própria configuração da banda, que agora apoia-se na formação bateria, baixo, guitarra com um peso nunca visto antes na carreira do grupo, tirando o protagonismo quase onipresente dos teclados de outrora. Faixas como Spell It Out esbanjam uma guitarra funkeada no melhor estilo Nile Rodgers que parecem quase difícil de associar àquele clima glitchy underground do grupo em 2010. Run Baby Run, por sua vez, traz uma aura The Beach Boys que prova que a transição para clima ensolarado, mesmo que tenha se dado ao longo de quatro álbuns, finalmente se concretizou.

A faceta mais Pop de Chaz Bundick até então, What For?, é também, consequentemente, seu trabalho mais fácil e acessível. E, mesmo que pareça um pouco menos intrigante que seus trabalhos anteriores, de algum modo, esbanja com segurança o mesmo espírito Toro Y Moi de outrora, e, por isso mesmo, ganha as mesmas quatro bananas de todos os seus trabalhos avaliados por aqui até então.

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Autor:

é músico e escreve sobre arte