Pouco mais de um ano após seu álbum de estreia, Total Strife Forever, William Doyle retorna com mais uma obra completa: Culture of Volume traz dez faixas que carregam as melhores características de seu projeto East India Youth, mesmo quando elas parecem conflitantes entre si.
De fato, o disco tem um quê de personalidade múltipla. É um trabalho de música Eletrônica, mas os elementos de banda e vocais parecem ter mais importância em alguns momentos, por exemplo. Há faixas de um Pop delicioso e outras que habitam o terreno do Experimental (se não por sua estrutura formal, pela narrativa inesperada que os arranjos e timbres tomam), o que só contribui no aspecto quase esquizofrênico da obra.
Veja bem, a identidade do projeto permanece intacta, mas existe a sensação de que algumas dessas músicas poderiam ser melhor aproveitadas em lançamentos diferentes – dois EPs, por exemplo. Isso vem principalmente pelo quanto é às vezes cansativo acompanhá-lo por quase uma hora de uma sequência que joga o ouvinte para lados tão distintos.
Dito isso, entenda que são faixas excelentes por si só. É provável que cada um se identifique mais com um dos dois lados do disco (o mais Pop ou o mais Experimental) e escolha suas favoritas, mas algumas se destacam como unânimes, como a bela e nostálgica Turn Away, ou mesmo Carousel, que se destaca por sua beleza e melancolia na hora de acalmar os ânimos do clima dançante do álbum.
Culture of Volume é um trabalho que deve unir crítica e separar o público: Sob análises, ele sempre sai ganhando. Na hora de uma audição menos pretensiosa, porém, o disco pode não funcionar tão bem. Mas essa dualidade é parte integral do que East India Youth construiu para sua segunda obra e o saldo, mesmo de quem preferir pular uma ou outra faixa e escutar só suas preferidas, será sempre positivo.