Resenhas

Mini Mansions – The Great Pretenders

Segundo disco da banda excede em estruturas padrões e ausência de unidade conceitual

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Ano: 2015
Selo: Fiction
# Faixas: 11
Estilos: Synthpop, Indie Pop, Britpop
Duração: 46:23
Nota: 3.0
Produção: Mini Mansions
Itunes: https://itunes.apple.com/us/album/the-great-pretenders/id976344996?uo=4

Uma simples consulta ao dicionário já diz muito sobre o novo disco de Mini Mansions, banda que possui como baixista Michael Schuman (Queens Of The Stone Age). Lançando seu segundo trabalho de estúdio, ela gerou grande ansiedade pelo trabalho assim que a parceria com Alex Turner foi anunciada. Com uma sonoridade bastante misteriosa e envolta de timbres de sintetizadores dos anos 70, o single Vertigo chamou atenção pela similaridade com o último disco da banda Turner, fazendo com que esperássemos algo parecido e, portanto, medíocre. O que ouvimos, entretanto, foi algo bastante diferente, mas nada inovador ou surpreedente. Muito pelo contrário: foi uma obra que faz jus a seu título, que traduzido significa “os grandes fingidores”.

Além do fato da capa do disco já ter sido usada pelo projeto Lonely Dear, vemos que falta de originalidade do grupo é constante no decorrer das onze faixas. Apostando na simplicidade do Synthpop, revelando ser algo mais entediante do que minimalista, The Great Pretenders é uma derrapada em sua discografia. Com singles bastante divertidos, mas que não passam disso, o disco é uma coletânea de clichês do Synthpop misturado algumas vezes com uma dose de Rock, algo parecido com o que escutamos nos discos mais antigos de My Morning Jacket. Entre as composições, os grandes “destaques” ficam por conta de Vertigo com uma instrumentação mais variada e The End, Again que arrisca razoavelmente bem níveis mais lisérgicos de psicodelia.

Embora tenhamos discutido exaustivamente a incoerência de se debater originalidade hoje em dia, é preciso deixar claro que a razão pela qual o disco não obtém tanta grandeza vai mais pelo quesito tedioso. As músicas acabam se limitando em uma estrutura muito fixa, o que acaba não instigando o ouvinte a ir além de uma audição superficial. A desunidade das faixas também não parece ser muito explicada, portanto, temos passagens bastante abruptas de ambientes Synthpop para algo mais Dark e relacionado a um Britrock misturado com Lo-fi. São misturas interessantes, mas seriam melhores aproveitadas se fossem lançadas como um EP ou em singles separados. Aqui, acabam tendo um efeito contrário e desconectando o ouvinte.

Mini Mansions produz uma obra inconsistente, mas que ainda sim pode divertir seu público com singles bastante Indie Pop e Rock. Um trabalho que preenche DJ-sets de forma bastante neutra, mas não desanima as pessoas a sairem da pista. Um próximo disco da banda pode falar melhor se isso é uma tendência ou um descuido momentâneo. Veremos.

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BOM PARA QUEM OUVE: My Morning Jacket, Arctic Monkeys
ARTISTA: Mini Mansions
MARCADORES: Britpop, Indie Pop, Synthpop

Autor:

Produtor, pesquisador musical e entusiasta de um bom lounge chique