Resenhas

Barbara Ohana – Dreamers EP

Estreia da cantora chega impregnada de referências Pop emplastificadas

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Ano: 2015
Selo: Independente
# Faixas: 8
Estilos: Indie Pop, Synthpop, Dream Pop
Duração: 38:03
Nota: 2.0
Produção: Adriano Cintra e Apollo 9

Esse sobrenome não deve ser desconhecido para você. Barbara Ohana é sobrinha da atriz Cláudia de Ohana e já foi casada com o filho de Gilberto Gil – atualmente, é esposa do editor Daniel Rezende, indicado ao Oscar por Cidade de Deus, e produtor de um de seus clipes. Ao longo da sua carreira como musicista, já trabalhou com nomes como o próprio Gil e Jorge Mautner. Sua estreia, com o EP Dreamers, é a realização de alguns anos de trabalho e resultado de todo esse caminho percorrido e parcerias formadas até aqui.

Apesar de ter se envolvido anteriormente com fortes nomes da MPB, Barbara foge disso em seu trabalho solo e compõe suas músicas em um terreno bem mais mercadológico, brincando com gêneros como Dream Pop, Synthpop e Indie Pop, e criando parentescos com o que é produzido por nomes como Lykke Li e The xx. Para se adequar a esses moldes mais popularescos, a cantora chama dois produtores de nome para ajudá-la, como Adriano Cintra, ex-CSS e nome em evidencia na cena brasileira, e Apollo 9.

Além dessa coleção de nomes importantes, juntam-se a Barbara os bateristas Glenn Kotche (Wilco e Erico Theobaldo (Aldo, The Band, além de Jean Dolabella (ex-Sepultura) e seus colaboradores Gabriel Mielnik e Edu Marson. Sem dúvidas, um time e tanto que eleva as expectativas em torno do primeiro trabalho da cantora a níveis bem altos – que, infelizmente, não são cumpridos.

Esse hibridismo Pop, meio etéreo, meio catártico, está em voga no mercado e dialoga bem com o público que ouve o “produto gringo”, dos já citados The xx e Lykke Li. Porém, parece que a artista se delimita a simplesmente criar uma versão disso, usando os mesmos trejeitos vocais, timbres e saídas estilísticas já vistas nesses exemplos e em tantos outros artistas que seguem esse conceito como norte.

O EP não é ruim, porém tem um potencial teórico para ser muito melhor. A impressão que fica, ao se ouvir faixas como Lost Cause, Ordinary Piece e Love Delete (0-1), é que Barbara e sua equipe de produção se prendem tanto a essas referências, que o resultado soa meio pasteurizado, pronto para ser exposto em uma prateleira de mercadorias. Na contramão disso, o single Golden Hours é de longe a melhor faixa do registro, ou pelo menos, a que mais busca certa identidade.

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BOM PARA QUEM OUVE: The xx, Lykke Li, Lana Del Rey
ARTISTA: Barbara Ohana

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts