Resenhas

Dunas – Ad Astra

Grupo mergulha em jam embalada pelo misto entre Post-Rock e Ambient Music

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Ano: 2015
Selo: Atlas
# Faixas: 9
Estilos: Post-Rock, Ambient Music
Duração: 51:14
Nota: 2.5

Ad Astra, novo álbum do quarteto curitibano Dunas, surge com várias confirmações. Além da provada qualidade dos músicos, a escolha do grupo por um caminho mais experimental e etéreo fica também evidente – se não ficou só pelo título, ficará com os primeiros minutos de Às Estrelas, Finalmente. Assim como em Boas-Vindas (2014), os músicos embarcam em uma viagem instrumental, dessa vez guiada por um conceito, algo como uma jornada intergaláctica e quase extrassensorial.

“[A história] era basicamente de uma pessoa que deixava a Terra e ascendia até o espaço e, lá, então ele se tornava esse espaço, junto de tudo que lá havia”. Foi assim que o guitarrista Guilherme Nunes nos definiu a ideia por trás álbum, uma temática que fica bem evidente com o nome das faixas, porém que se perderia facilmente sem essa ajuda.

A forma como foi produzido, gravado basicamente ao vivo durante uma jam e sem um real tema na cabeça dos integrantes, abre precedentes para que obra se perca dentro de sua própria temática e, em última estância, que possa ter seu valor reestabelecido pelo ouvinte. Ainda assim, se a ideia de cosmo estiver já implantada em sua cabeça, é possível se imaginar na imensidão do vácuo, rodando sem rumo, se perdendo no espaço, mas se encontrando em si mesmo – um tema bem psicodélico, mas que usa Ambient e Post-Rock como seus catalisadores.

Musicalmente, o disco traz novamente os elementos de outrora, assim como a ambiência e a delicadeza ao utilizar os recursos que esses estilos lhes oferecem. A percussão (usando palmas e os próprios instrumentos), além de alguns eventuais barulhos metálicos e os timbres acústicos dão um toque especial ao disco, o fazendo soar mais orgânico, ao mesmo tempo que soa extraterrestre.

Ad Astra é um disco interessante – mais como uma experiência sensorial do que como uma obra, que na teoria seria, conceitual -, mas se perde dentro de si, como se o tal cosmonauta da história estivesse perto demais de um buraco negro.

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BOM PARA QUEM OUVE: Glowe, Mono, Veenstra
ARTISTA: Dunas

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts