Resenhas

cellardoor – Changing Tides

Músico capixaba cria o que chama de “Post-electronic-alternative-dark-romantic-pop”

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Ano: 2015
Selo: Independente
# Faixas: 5
Estilos: Folk Alternativo, Post-Punk
Duração: 19'
Nota: 2.5

“Post-electronic-alternative-dark-romantic-pop”. É assim que o capixaba André Graciotti define o som de seu projeto, cellardoor. O que faz bastante sentido, pois há mesmo um pouco de cada um desses ingredientes no caldeirão musical do artista. Cozinhados a fogo baixo, esses gêneros formam seu mais novo EP, Changing Tides.

Em menos de 20 minutos, o artista desenvolve uma musicalidade que tenta fundir todos esses elementos de forma bem orgânica e mostra que já não é mais um novato nisso (ainda mais visto que grava sob este pseudônimo desde 2007). O resultado é um misto de timbres acústicos, elétricos e eletrônicos que se juntam criando algo que passeia ainda por um Folk orquestrado e bem melancólico – e que pode lembrar bastante o que Cambriana criou em 2012.

Depois de ouvir Memories = Lies e Stony Roads, fica bastante perceptível quais os caminhos que Graciotti seguirá no restante do compacto, buscando amalgamar timbres dos violões e violinos com outros vindos da guitarra, que explodem em momentos bem demarcados dentro de suas faixas. Por mais que pareça esdrúxula a comparação, dá para sentir o mesmo tipo de fórmula usada em Sigh No More , disco de estreia de Mumford & Sons, aqui, porém não de forma tão explosiva.

A faixa título do EP quebra esse paradigma e traz um bom diálogo entre piano e violino para tomar o lugar dos timbres eletrificados. Eternal Life insurge quase como uma antítese de sua predecessora e embarca em um Post-Punk oitentista com pitadas de Depeche Mode e The Cure – e o faz sem perder de vista o clima presente até então. Leave and Never Rerturn mantém o status quo e volta o que o início do compacto trazia.

20 minutos se passaram e os tons pasteis da obra pouco fixam-se na mente do ouvinte. Ainda que renda momentos belos e sublimes, parece faltar algo que prenda realmente a atenção de quem olha a desolada montanha e o luar da capa. Falta algo que mude a maré, como o que o título sugere.

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BOM PARA QUEM OUVE: FAMY, Marika Hackman, Cambriana
ARTISTA: cellardoor

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts