Resenhas

The River Fane – Ah Here

Terceiro EP da banda irlandesa nos empolga para futuros trabalhos

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Ano: 2015
# Faixas: 5
Estilos: Indie Folk, Folk Rock, Chamber Folk
Nota: 3.5
Produção: Ivan Jackman

Muitos tem uma preferência pelo gênero Folk principalmente pela sinceridade da qual ele é rodeado. Seja em grupos ou em formato singer-songwriter, o gênero capta a atenção do ouvinte, principalmente quando observadas suas letras, que quase sempre se valem de um aspecto bastante introspectivo e de cunho bastante pessoal. Entretanto, existe um valor que torna-se uma das características mais interessantes do gênero: sua maleabilidade e harmonia.

O Folk se mistura a outros gêneros ou elementos de tal forma que o produto final sempre rende surpreendentes produtos. Exemplos não faltam quando falamos dessas características, porém, quando tratamos de Ah Here, terceiro EP da banda The River Fane, parece que conseguimos um aproveitamento ótimo de todos os elementos e minúcias que o Folk possui em uma mesma obra.

O pequeno registro toca o ouvinte de forma sensível pelas espontâneas e imprevisíveis composições. Durante sua reprodução, somos instigados a descobrir os micro-universos de Ah Here, no sentido mais geográfico e explorador possível, uma vez que as canções são como mapas que nos guiam por diversos declives, aclives e climas diferentes em apenas cinco canções.

Another Broken Stand nos mostra elementos vocais poderosos, ao mesmo tempo que nos conduz com uma linha de piano branda e quente. Tea sugere a calmaria que esta bebida traz, mas depois se torna epifânica, da mesma forma que faz The World Is A Beautiful Place & I’m No Longer Affraid To Die. Já Everything To Everybody Else se mostra mais tímida, mas com elementos caóticos. Em resumo, a exploração e a vontade de saber para que rumos tal música vai é o que nos prende, evidenciando uma evolução de seus EPs passados e configurando com um ótimo passo para uma futura estreia em disco de estúdio bem firme e relevante.

Ah Here comprova que a banda está pronta para zarpar voos mais altos, algo que esperamos firmemente que ocorra nos próximos anos. Com boas doses de experimentalismos, a obra soa sincera e bastante pura, no sentido de nos causar uma sensação de êxtase perante um ótimo trabalho.

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Autor:

Produtor, pesquisador musical e entusiasta de um bom lounge chique