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Dikembe é mais uma das bandas que está elencada entre os nomes que estão reestabelecendo o Emo em seus moldes noventistas na cultura musical de nossos dias – assim como You Blew It!, Modern Baseball, Title Fight e Dads, entre outros, também estão fazendo. A principal diferença na musicalidade do grupo em relação a esses outros listados, vem de sua proximidade ainda maior ao Indie Rock. Se já era de esperar essa ligação entre os dois gêneros nas produções contemporâneas do Emo, essas barreiras entre os estilos parecem borrar-se e confundir-se uma na outra para esse quarteto da Flórida.
Se em Mediumship, isso já era perceptível, em sua nova obra, Ledge, isso fica ainda mais escancarado. O EP, em apenas quatro faixas, estabelece um som que submerge o Indie Rock em uma leitura do Emo noventista bem agradável e que, em seus altos e baixos, constrói um compacto potente e que bebe das fontes certas sem parecer um simples retorno do que já foi feito no passado. Há o velho, mas há também centelhas do novo – ainda que não haja aquela sensação de ineditismo.
As letras vagam entre os conflitos emocionais do jovem norte-americano na transição da adolescência para a fase adulta e os problemas amorosos, e os arranjos são formados de guitarras ásperas, melodias “clássicas” dentro do Emo (com linhas mais suaves e outras mais robustas) e uma produção equilibrada e limpa (ainda que cheia de instrumentos distorcidos). Até aí, nada de novo. Mas há também um tom roqueiro quase Pop de bandas como Kings of Leon em sua fase Only By The Night (2008).
O resultado não impressiona, mas também não desagrada, seja você um grande fã da música Emo ou um ouvinte casual do Indie Rock. E, talvez, esse seja o melhor atributo de Ledge: ser tão maleável entre os dois públicos, podendo vagar livremente por esses gêneros que um dia já podem ter sido apontados como extremos dentro do macrocosmo Roqueiro.
