Gaax, projeto do carioca Felipe Oliveira, vem em formato trio para Campo dos Sonhos, com João Casaes no baixo e Lê Almeida (sim, ele mesmo) na bateria, e o resultado é um pequeno tesouro da estética do Rock Alternativo dos últimos vinte e poucos anos todo cantado em português.
Produzido pelo baixista e pelo baterista, o disco é pura sinceridade tanto nas letras, quanto naquela cara meio Lo-fi que já esperávamos dele. Seus elementos, entretanto, estão bem organizados para que essa opção estética não roube a atenção por si só, mas apareça na construção desse aspecto honesto que ronda a obra.
Seu maior mérito está – como, talvez, todo disco devesse fazer – concentrar-se em ótimas faixas para criar um repertório cheio de boas surpresas, como Talvez, Frio e a candidata a hit underground Mega Boy. Sabe quando você comemora uma música logo nos seus primeiros acordes em um show, aquela sensação de “oba, eu gosto dessa”? Você tem a mesma resposta aqui logo na segunda vez que ouve Campo dos Sonhos.
Conforme revelou em entrevista, o intuito de Felipe era experimentar estas composições em formato de banda. Logo à primeira vista (ou audição), o ouvinte já percebe que a experiência deu muito certo. Nas vezes que se seguem, a certeza de que estamos diante de um grande trabalho só aumenta. Com canções curtinhas, no geral, Campo dos Sonhos mostra Gaax em contato com a jovialidade que o Rock tem em seu DNA e com o carisma de escolhas estéticas sinceras, do tipo que te deixa ansioso para ir a um show.
Imperdível. Ouça e recomende.