Resenhas

Jill Scott – Woman

Cantora resgata tradições do R&B e Soul sem medo de ser contemporânea

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Ano: 2015
Selo: Blues Babe Records/Atlantic Records
# Faixas: 16
Estilos: R&B, Soul
Duração: 57'
Nota: 3.5
Produção: Jill Scott, Andre Harris, 9th Wonder, David Banner, Aaron Pearce, Warryn Campbell, Terry "Tru" Sneed, Andrew "Pop" Wansel, Donovan Knight, Adam Blackstone

Desde que Aretha Franklin mostrou ao mundo sua versão de Respect em 1967, parece que foi criada uma espécie de estereótipo de cantora de R&B e Soul que sabe se impor como mulher em um mundo “machocêntrico”, tendo seu vozerão como principal aliado à sua atitude. Em 2015, é a vez de Jill Scott dar continuidade a esse padrão com um disco que não poderia ter outro nome: Woman.

Ficou claro desde que ela lançou o clipe de You Don’t Know que o lance dessa obra não era a inovação, mas o diálogo com as estéticas já consagradas desses estilos (algo que ela faz muito bem há mais de quinze anos), o que não quer dizer que o álbum soe datado ou muito nostálgico. Existe uma ambientação em faixas como Cruisin que não deixa nenhuma dúvida do quanto o disco é também contemporâneo.

Jill sabe fazer seu papel de “diva” esbanjando carisma desde a faixa introdutória (Wild Cookie) e deixando seu potencial evidente já na segunda faixa (a balada Prepared) para qualquer um que ainda não conheça seu trabalho. Faixas como Can’t Wait tem tudo pra satisfazer quem curte sons mais antigos, enquanto Fool’s Gold é uma das que pegam carona na onda inspirada pelos anos 1990 e recria o R&B tão disseminado na época.

A grande equipe de produtores garantiu que Woman fosse um trabalho pra lá de caprichado. Mais que isso, toda a produção serve claramente para dar todo o destaque a Jill Scott, que personifica esse personagem de “diva” construído pelo imaginário da cultura popular, ao mesmo tempo que mostra sua personalidade irreverente e sagaz. Ouça Closure e sorria satisfeito com um belo disco.

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MARCADORES: R&B, Soul

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.