Resenhas

Gum – Glamorous Damage

Projeto finalmente assume os ares de ficção científica que almeja desde sua estreia

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Ano: 2015
Selo: Spinning Top
# Faixas: 13
Estilos: Retro Electro, Rock Psicodélico
Duração: 45
Nota: 3.5
Produção: Jay Watson

Glamorous Damage é segundo e importante passo na carreira de Jay Watson, artista que escolheu o projeto Gum como veículo de sua expressão concomitantemente “paralela” e “principal”. Enquanto o músico multiinstrumentista figura em outras bandas conterrâneas de bastante projeção – a saber, Tame Impala e Pond – como um integrante versátil, aqui ele é piloto de uma empreitada solipsista.

Gum situa-se num limiar tenso entre a comparação Psicodélica com seus outros projetos e sua individuação particular em algo diferencial. De fato, é possível observar em Glamorous Damage uma espécie de “herança” psicodélica, uma inclinação no seu modo de pensar a música que denuncia imediatamente suas principais referências e tendências sonoras. Por outro lado, se não fosse integrante de outros projetos que carregam a bandeira do estilo com tanto orgulho, a vibe psicotrópica de Watson não seria o primeiro trejeito que nos vem à mente.

Olhe bem para a capa deste trabalho e pense em sua semelhança com outros grupos que tem pipocado nos últimos tempos: a espírito retrô futurista com certeza pertence ao mesmo universo de “ficção científica dos anos 90” que o dos produtores de música eletrônica Neon Indian, Skylar Spence ou Kavinsky (que, por sua vez, bebem nas mesmas fontes nutridas por Daft Punk em seu período pré-Discovery). Não por acaso, Glamourous Damage é também produzido solitariamente e coloca-se muito mais dentro da Música Eletrônica do que o Rock vinde de sua estreia Delorean Highway.

Em seu segundo passo, Watson aparece muito mais ousado e, consequentemente, prestes a encontrar a diferenciação que precisa em sua carreira. Se Delorean Highway soava como a segunda leva de bandas que reviveram o Psicodélico, Glamorous Damage finalmente reivindica seu lugar entre a geração de Música Eletrônica que faz o link entre 2015 e 1985 do mesmo modo que Doc Brown no filme De Volta Para o Futuro.

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BOM PARA QUEM OUVE: Skylar Spence, kavinsky, Neon Indian
ARTISTA: Gum

Autor:

é músico e escreve sobre arte