Resenhas

Peaches and Cream – Free Your Mind EP

Banda conversa Rock Alternativo dos anos 90 com Indie de hoje

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Ano: 2015
Selo: Bigorna Records
# Faixas: 4
Estilos: Rock Alternativo, Indie Rock, College Rock, Grunge e Garage Rock
Duração: 13'
Nota: 2.5
Produção: Taian Cavalca Diniz

“Power Trio de Indie Ostentação, Psicodelia Universitária e Leza Frenezzi”. É assim que se define o trio paulistano Peaches and Cream, dono do recém-lançado EP Free Your Mind – e o que faz sentido, visto que há bastante da estética Indie e Psicodélica na segunda obra do grupo. O tal “frenesi” vem pela aproximação ao Grunge, Garage Rock e College Rock – uma mistura de sonoridades que remete bastante ao Rock dos anos 90 em suas vertentes mais undergound.

Formado por quatro músicas, o compacto soma pouco mais de treze minutos de riffs retirados de um arcabouço sonoro tipicamente noventista. De certa forma, é como se injetassem o DNA de bandas como Nirvana, Sonic Youth, Sebadoh, Dinosaur Jr. e Pearl Jam em alguns dos nomes do Indie de hoje, como DIIV ou Beach Fossils. O resultado, ainda que seja grande parte resultante da mistura do Rock Alternativo dos anos 90, tem uma sensibilidade pouco mais Pop, mais branda aos ouvidos dos anos 2010.

A faixa-título abre o EP com guitarras ruidosas, mas melodias contidas dentro dos altos e baixos tão martelados no Rock Alternativo da época, uma dinâmica interessante que será seguida como guia nas demais canções a partir daqui. Everybody Knows, por sua vez, tem um toque mais Grunge, ao mesmo tempo que conversa com algo mais Indie, principalmente no refrão, quando as guitarras crescem em volume e ritmo. All In bebe do College Rock de Sebadoh e Dinosaur Jr., enquanto Mistakes parece se enveredar para uma sonoridade híbrida entre o “quase-Punk” de Nirvana e o Noise de Sonic Youth.

Curta, a obra se mostra bastante coesa, ainda que explore diversos estilos dentro de uma grande árvore genealógica. O disco se torna interessante pelo seu teor saudosista e pelo resgate que faz dessa sonoridade injetando um pouco mais de contemporaneidade ao dar a ela alguns traços do Indie moderno. Um compacto que reflete bastante pesquisa, mas mostra também certa falta de personalidade.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts